Até ao dia 13 de setembro, altura em que já cerca de 80 por cento da população portuguesa tinha sido vacinada, foram reportadas 87 situações de suspeita de “distúrbios do sistema reprodutor”.
Os números citados pelo “Observador” foram avançados pelo próprio Infarmed e dão conta de 1,2 notificações por cada cem mil doses administradas a mulheres em Portugal.
Em causa está uma questão que tem sido levantada noutros países, com algumas mulheres a reportarem alterações no ciclo menstrual. O tema ainda foi alvo de poucos estudos mas já em finais de agosto havia sido desvalorizado pela Agência Europeia do Medicamento, que considerou que, com os dados existentes, não se poderia estabelecer uma relação causa-efeito entre vacinação e as alterações menstruais.
O regulador de farmacologia nacional considera que os casos são de uma incidência “muito rara”. Não há evidência científica que aponte para questões de fertilidade. Ainda assim, a possibilidade de poder ter influência no período em algumas mulheres já tem levado a que mais estudos fossem pedidos.
A 16 de setembro, na plataforma de saúde “BMJ”, imunologista britânica especializada em fertilidade, apelava a que mais estudos fossem levado a cabo. Segundo esta especialista, possíveis alterações, incluindo sangramentos inesperados, poderiam resultar de uma resposta imunológica do pr´+oprio organismo seria a principal razão.
Os estudos seriam importante para assegurar a segurança das vacinas às mulheres. No Reino Unido em particular, embora não sendo considerados casos graves, terão surgido cerca de 30 mil notificações de mulheres vacinadas, dando conta de alterações, ainda que pontuais.