Ser mãe é o maior sonho de algumas mulheres. Porém, algumas não o conseguem concretizar — pelo menos pela via normal. Tamara Franco é um desses casos. A espanhola nasceu sem útero, nem trompas de falópio, devido a uma síndrome chamada Rokitansky. Porém, nunca desistiu e em março deste ano foi mãe do pequeno Jesus, que foi gerado num útero transplantado. O caso foi revelado esta segunda-feira, 22 de maio, pelo Hospital Clínic de Barcelona, que acompanhou o caso.
A síndrome de Rokitansky está relacionada com uma má formação e afeta o sistema reprodutivo feminino. É caracterizada pela ausência ou má formação dos órgãos genitais, principalmente o útero e o canal vaginal.
Tamara, de 34 anos, recebeu a 5 de outubro de 2020 o útero da irmã Bárbara. Na altura, foi submetida a uma cirurgia de 20 horas para receber órgão e, assim, conseguir concretizar o sonho de estar grávida. Depois meses depois da intervenção teve a primeira menstruação e iniciou os processos de reprodução assistida. Conseguiu engravidar, mas sofreu um aborto espontâneo. Depois voltou a tentar, mas só em 2022 chegou a boa nova que estaria novamente grávida.
Jesus nasceu prematuro e com pouco mais de um quilo, mas encontra-se estável. Atualmente, pesa mais de três quilos e os pulmões já estão funcionais, o que permitiu à equipa médica dar-lhe alta.
A mãe foi, entretanto, submetida a uma cirurgia para retirar o útero, pois não pretende ter mais filhos. Assim não precisa de continuar a tomar a medicação para evitar a rejeição do órgão para o resto da vida.
O sonho da espanhola começou a realizar-se em 2014, quando soube que uma mulher, de nacionalidade sueca, deu à luz após ter recebido um transplante de útero. Segundo o jornal espanhol “ABC”, a espanhola gravou a notícia e enviou-a à irmã que a apoiou na decisão e lhe ofereceu o órgão.
