Um estudo realizado pela NOVA Information Management School durante o último ano revelou que a maioria dos portugueses —73,2 por cento — considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem respondido de forma eficaz à pandemia de Covid-19. No entanto, segundo os mesmos dados, um quarto dos portugueses (24,7 por cento) evitou recorrer pelo menos uma vez ao SNS por sentir receio devido à situação pandémica.
Como alternativa, 18,2 por cento da população recorreu diretamente a serviços de saúde privados. Um dado justificado pelo medo da deslocação a um hospital público ou centro de saúde ou mesmo pela falta de resposta do SNS.
Esta mais recente versão do Índice de Saúde Sustentável, apresentada na nona conferência “Sustentabilidade em Saúde”, no dia 15 de junho, avaliou uma vez mais a evolução da sustentabilidade do SNS. Se por um lado são tidos em consideração fatores como a atividade, a despesa, a dívida e a qualidade nos serviços prestados. Por outro, foram analisadas as consequências económicas relacionadas com o estado de saúde dos portugueses e a participação dos mesmos no mercado laboral.
Neste último âmbito, o estudo indica que “em média, os portugueses faltaram 7,4 dias ao trabalho, o que resultou num prejuízo de 2,8 mil milhões de euros. No entanto, a prestação de cuidados de saúde através do SNS permitiu evitar a ausência laboral de 2,9 dias, representando uma poupança de mil milhões de euros”.
Desde o último relatório (em 2019), houve uma ligeira melhoria na qualidade dos serviços prestados pelo SNS. A qualidade dos profissionais de saúde continua a ser um ponto valorizado pelos portugueses. Em sentido contrário, na ótica dos utentes, o acesso aos cuidados e os tempos de espera entre a marcação e realização dos atos médicos continuam a ser super negativos.
Mesmo assim, de acordo com o diretor da NOVA Information Management School, Pedro Simões Coelho, “através destes dados pode-se concluir que, mesmo em plena crise pandémica e apesar da queda da atividade assistencial e consequente queda no índice de sustentabilidade, o SNS continuou a oferecer um forte contributo para a economia nacional”.