Muitos associam a demência a idades mais avançadas. Porém, a doença não afeta apenas pessoas com 75 anos ou mais. Esta patologia apresenta-se por uma diminuição lenta, progressiva ou ininterrupta da função cognitiva, podendo afetar a memória, a orientação, a atenção, o pensamento, o juízo, a capacidade de aprendizagem, competências sociais, entre outros. Um dos casos mediáticos mais recentes é o de Bruce Willis. O ator de 67 anos acaba de ser diagnosticado com demência frontotemporal (conhecida como FTD), depois dos médicos terem confirmado em março de 2022 que sofria de afasia — distúrbio neurológico que afeta a comunicação —, um dos sintomas da FTD.
Não temos conhecimento se o ator sofre de diabetes, mas sabe-se que a patologia é um fator de risco conhecido para a demência. Mas um novo estudo publicado esta quarta-feira, 15 de fevereiro, na revista “Neurology” traz uma nova esperança para quem tenha propensão para desenvolver a doença. Segundo os investigadores é possível que ao tomar um medicamento específico — prescrito sobretudo para diabéticos — se consiga reduzir o risco de demência. Chama-se pioglitazona e é comercializado com o nome Actos.
Os investigadores sul-coreanos envolvidos na pesquisa acompanharam 91 mil adultos, com 60 anos, incluindo 3.500 que tomaram este medicamento, ao longo de 10 anos. As conclusões indicam que aqueles que tomavam o medicamento há mais de quatro anos tinham um risco de demência menor em 37 por cento. Quem o tomava há um ou dois anos, viu o risco reduzido em 22 por cento.
Contudo, os investigadores ainda não conseguiram destrinçar se é o próprio medicamento que reduz o risco de demência ou o facto de melhorar os sintomas da diabetes tipo 2.
Embora os resultados sejam positivos, os cientistas sublinham que o medicamento não deve ser tomado por todos os diabéticos. Aliás, é capaz de ter efeitos secundários graves, incluindo insuficiência cardíaca, explicam. Em Portugal o Actos é distribuído pela Decomed.