Saúde

Visitar museus e jardins: a receita médica para melhorar a saúde mental

Quem o diz é um conjunto de médicos suíços, envolvidos num projeto piloto na cidade de Neuchâtel. Já foram passadas 500 prescrições.
Uma forma de bem-estar.

É comum, para quem sofre com problemas de saúde mental, experimentar diferentes tipos de terapia, sempre acompanhados por profissionais, para perceber qual funciona melhor no seu caso particular. Entre medicação, consultas regulares e diferentes atividades, há duas novas propostas que, segundo um projeto piloto na Suíça, podem ajudar os pacientes a melhorar. 

Manter rotinas que permitem passar tempo de qualidade em espaços é considerado, por muitos, como uma forma de promover o bem-estar. Num nível acima, há já médicos que garantem que ir a jardins pode mesmo ser considerada uma forma de terapia.

Alguns médicos, envolvidos no projeto, criado na cidade de Neuchâtel, estão a prescrever a pacientes com problemas de doenças crónicas e saúde mental passeios em jardins públicos, mas não só. A ida a galerias de arte e museus também faz parte das propostas. 

A notícia, adiantada pela “Reuters” nesta quarta-feira, 12 de março, explica que o projeto piloto, que começou no mês passado, já conta com cerca de 500 prescrições de visitas gratuitas a três museus e ao jardim botânico da cidade.

“Para pessoas que por vezes têm dificuldades com a sua saúde mental, isto permite-lhes um momento para se esquecerem das suas preocupações, a sua dor, as suas doenças, e passar um momento alegre de descoberta”, disse à agência britânica, Patrícia Lehman, médica que integra o programa. “Estamos convencidos de que, quando cuidamos das emoções das pessoas, permitimos que encontrem um caminho para a cura”, concluiu.

Uma das participantes a quem foi prescrita esta receita é uma mulher de 26 anos, que sofre de burnout. Durante uma visita a um museu da cidade suíça, entre obras de arte de Monet e Edgar Degas, disse à publicação sentir que a ideia “traz um pouco mais de luz no meio da escuridão”. 

Julie Courcier Delafontaine, líder do departamento de cultura da cidade, explicou que o encerramento de museus durante a pandemia Covid-19 afetou negativamente o bem-estar das pessoas. “Ficámos convencidos de que a cultura é essencial para o bem-estar da humanidade. Adoraríamos que este projeto tivesse pacientes suficientes para provar o seu valor e que um dia os seguros de saúde cobrissem a cultura como forma de terapia”, afirmou.

O projeto será testado durante um ano e poderá ser expandido para outras atividades, como, por exemplo, idas ao teatro.

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