Níveis altos de chumbo e presença de cádmio, agente cancerígeno tóxico para o coração, rins, intestinos, cérebro e sistemas respiratório e reprodutivo. Foi este o cenário da conclusão de uma investigação norte-americana a proteínas em pó vendidas nos supermercados, que serve agora de alerta ao consumo destes produtos.
A investigação, levada a cabo pela Clean Label Project, foi divulgada a a 9 de janeiro e nota que as proteínas em pó de venda livre podem conter níveis altos destes dois componentes nocivos. De acordo com o estudo, os produtos feitos à base de plantas, orgânicas ou com sabor a chocolate, são os que apresentam quantidades mais elevadas. A Agência de Proteção do Ambiente dos Estados Unidos alerta para o facto de não existir um nível de chumbo seguro para consumo pelos seres humanos.
“Em média, as proteínas orgânicas em pó continham três vezes mais chumbo e o dobro da quantidade de cádmio em comparação com os produtos não orgânicos”, explicou a diretora da organização dedicada à rotulagem de alimentos, Jaclyn Bowen, à “CNN”.
Os produtos feitos à base de plantas, como soja, arroz e ervilhas, tinham três vezes mais chumbo do que os feitos à base de soro de leite. “As proteínas em pó com sabor a chocolate continham quatro vezes mais chumbo e até 110 vezes mais cádmio do que as proteínas em pó com sabor a baunilha”, refere o documento.
Através da investigação, descobriu-se que o chocolate amargo ou cacau tem altos valores de metais pesados. “Este contaminante é um problema global de segurança alimentar. Está basicamente em todo o lado, incluindo em coisas que estão a ser apresentadas como alimentos saudáveis”, alerta.
Para realizar a investigação, a Clean Label Project comprou 160 produtos de 70 das marcas mais vendidas deste suplemento, porém o nome das mesmas não foi divulgado. Todas as amostras foram analisadas por um laboratório certificado independente, que realizou cerca de 36 mil testes a 258 contaminantes.