Em declarações aos jornalistas junto ao Museu da Farmácia, em Lisboa, a ministra da Saúde admitiu esta segunda-feira, 21 de junho, que poderão ser impostas novas restrições para travar a pandemia do novo coronavírus, como a cerca imposta durante o fim de semana na Área Metropolitana de Lisboa (AML).
Marta Temido disse que a variante Delta — que terá tido origem na Índia — vai ser predominante em todo o País e que precisamos de “ganhar tempo”. Esta segunda-feira, Portugal registou mais três mortes e 756 novos casos de Covid-19, estando neste momento acima da zona vermelha da matriz de risco.
Segundo a “Rádio Renascença“, para a ministra da Saúde o quadro atual exige três principais ações: continuar a acelerar a vacinação; garantir o acesso de todos a testes; e admitir que “algumas medidas de contenção de risco de transmissão sejam utilizadas.” Após o cerco na AML, Marta Temido avança que a situação vai continuar a ser avaliada.
“Portugal está em contraciclo relativamente a um conjunto de outros países europeus em termos da incidência, o número de novos casos, mas também o risco efetivo de transmissão”. Esta situação pode ser justificada, pelo menos em parte, pela propagação da variante Delta, que é 60 por cento mais contagiosa.
“Por um lado, isto tem uma explicação relativamente aos dados de Lisboa e Vale do Tejo, que se prende com o facto de estarmos com um desconfinamento mais à frente do que outros países da União Europeia, mas de estarmos neste momento com uma prevalência bastante elevada da variante Delta, cuja transmissibilidade mais elevada é também conhecida e que é já dominante em Lisboa e Vale do Tejo”, afirmou a ministra.
O nosso País tem atualmente “vacinas e capacidade de testagem das quais não dispúnhamos há um ano, e temos mais conhecimento sobre a forma de transmissão e de nos protegermos”. No entanto, Marta Temido diz que pode ser necessário tomar nesta fase medidas “não farmacológicas.”
Entretanto, o auto-agendamento da vacinação para maiores de 37 arrancou esta segunda-feira. Segundo a ministra da Saúde, os maiores de 35 anos poderão também marcar a toma da vacina ainda esta semana.