A conferência de imprensa desta quarta-feira, 25 de novembro, aconteceu, excecionalmente, a partir do Porto, após a visita da ministra da Saúde à Associação Regional de Saúde do norte. A responsável começou por garantir que o Serviço Nacional da Saúde daquela região, que é novamente a mais afetada pela pandemia, “mantém a capacidade de responder empenhadamente às necessidades assistenciais”.
“Foi possível acompanhar, nesta manhã de trabalho, não só o esforço da resposta à Covid-19, mas também aquilo que tem sido a resposta à atividade não Covid-19. Todas as equipas com quem conversámos manifestaram essa especial preocupação em garantir que, ao mesmo tempo que se responde à pandemia, manter a capacidade de atendimento nos cuidados de saúde primários”, disse Marta Temido, que revelou que o norte ainda mantém uma incidência que se situa perto dos 1.300 novos casos por 100 mil habitantes em 14 dias.
A responsável do governo aproveitou a conferência de imprensa para atualizar o Risco de transmissão (Rt) da doença em Portugal. Neste momento, segundo os dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, é de 1,07, o que quer dizer que cada pessoa infetada pode contagiar 1,07 outras. Portanto, 100 infetados podem criar 107 novos doentes.
Marta Temido referiu que o objetivo é quebrar cadeiras de transmissão de forma a conseguirmos continuar a aproximar o Rt o mais possível de um e, depois, abaixo, sempre “de forma sustentada, durante vários dias”.
Ainda não há regras para o Natal, mas existe uma certeza
A ministra da Saúde respondeu também a perguntas relacionadas com as possíveis medidas a serem implementadas durante o Natal, mas não se quis comprometer. Adiantou apenas que o governo “está a lutar para chegar o melhor possível aos primeiros dias de dezembro”.
Contudo, avisou que “não vamos poder ter um Natal igual ao dos anos anteriores, porque por muito que a situação epidemiológica melhore, isso depende do esforço de todos”.
Ainda assim, a ministra afirmou que o Ministério da Saúde está a analisar as possíveis medidas, sublinhando que “só daqui a algum tempo conseguiremos perceber exatamente qual é o nível de restrição que teremos nessa altura do ano”.
Marta Temido relembrou que o País vai entrar numa nova fase de estado de emergência e que “precisamos de nos concentrar em quebrar cadeias de transmissão e em conter a doença”.
Já está a ser preparado o plano de vacinação para a Covid-19
A governante explicou, ainda durante a conferência de imprensa de acompanhamento da evolução da pandemia no nosso País, que “a Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 é composta por peritos independentes, que funciona na alçada da DGS e que está a desenvolver o seu trabalho para as vacinas contra a Covid-19, mas que intervém em todas as vacinas, na sua utilização e introdução e planificação”.
“Neste contexto específico que estamos a ter, a opção que tomámos foi a criação de uma equipa de trabalho, na medida em que não estamos apenas a falar da atuação da vacina, mas também de aspetos logísticos mais exigentes do que o comum e num calendário de vacinação que ainda não conhecemos por completo”, continuou.
Sobre os pontos de entrega, afirmou que “todos os produtores vão disponibilizar as vacinas nos próprios países e, portanto, a questão do transporte para Portugal não se colocará”.
Referiu, também, que o plano de vacinação será conhecido nos próximos dias e que deverá ser semelhante “àqueles que já conhecemos da Bélgica, França, Reino Unido e da própria Espanha”.
Marta Temido referiu que, no que diz respeito a Portugal, vai seguir-se a lógica de definição de populações-alvo, tal como Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, já tinha avançado. “Estamos a falar de populações em função do grupo etário, exposição a fatores profissionais de maiores risco e da sua imprescindibilidade”, disse.