As alergias ao pelo de animais, como cães ou gatos, são bastante comuns em pessoas de todas as idades. Mas a verdade é que, se tiver proximidade ao longo da sua infância com alguma destas espécies, tem menor probabilidade de desenvolver alergias. Esta conclusão foi retirada de um estudo realizado pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e que foi revelado na passada quarta-feira, 27 de novembro.
Segundo a investigação, os miúdos que crescem em locais onde existem animais têm proximidade desde tenra idade com bactérias anaeróbias que fazem parte das mucosas desses organismos.
Para desenvolver o estudo foram envolvidas 68 miúdos suecos, sendo que 28 viviam nas proximidades de uma exploração de leite e outros 40 tinham animais domésticos. Desde os três dias de vida até completarem 18 meses, foram analisadas amostras de fezes e criado um sistema microbiano através do qual foi possível observar a composição da microbiota intestinal. Entre os dados que daí resultaram estavam as taxas de colonização bacteriana e contagens populacionais de grupos bacterianos.
Na comparação entre os dois grupos, os miúdos que viviam próximos a explorações leiteiras tinham mais bactérias anaeróbias no final da primeira semana. Já os que tinham animais de estimação possuíam uma colonização mais comum pelas bactérias Bifidobacterium, Lactobacillus e Bacteroides durante os primeiros meses de vida.
Após recolherem todos os resultados, os investigadores chegaram à conclusão que existia uma relação entre a colonização precoce das mucosas pelas bactérias Bifidobacterium, Bifidobacterium e Bacteroides, assim como a presença em menor número da bactéria Clostridioides difficile entre os quatro e 12 meses, com um desenvolvimento de alergias menos comum.
Para chegar a esta conclusão, a equipa avaliou e acompanhou o aparecimento de alergias em miúdos dos três aos oito anos, que participaram na investigação. Verificou-se que estes tinham menor incidência destas reações do que os que não tinham qualquer contacto com animais.