Saúde

Mulheres, cuidado. Batatas fritas e refrigerantes podem aumentar o risco de depressão

A conclusão é de um recente estudo norte-americano que indica que os processados podem desencadear problemas no humor.
Batatas fritas são, claro, um deles.

Trocar o açúcar por um adoçante sem calorias parece uma escolha óbvia e simples, sobretudo para quem não quer ingerir calorias extra. Este tem sido, até agora, o principal motivo do elevado consumo deste tipo de alternativas que são muitas vezes incluídas nas nossas bebidas preferidas. Se faz parte do grupo de mulheres que adora refrigerantes, talvez deva repensar a escolha.

Um novo estudo, publicado pelas universidades de Massachusetts e Harvard esta quarta-feira, 20 de setembro, na revista “JAMA Network”, indica que o consumo de produtos ultraprocessados e adoçados artificialmente, estão associados a um maio risco de depressão, nas mulheres. Os sumos e refrigerantes aparecem no topo da lista.

Os investigadores analisaram os hábitos alimentares e os registos clínicos de mais de 30 mil mulheres ao longo de 14 anos e perceberam que um determinado grupo de alimentos, os ultraprocessados, aumentam o risco da doença em 49 por cento.

Os alimentos ultraprocessados incluem sopas embaladas, molhos, pizzas congeladas, refeições prontas a comer, ou cachorros quentes, salsichas, batatas fritas, refrigerantes, bolachas compradas em lojas, bolos, doces, donuts, gelados, bem como muitos outros alimentos e bebidas que contêm adoçantes artificiais.

A investigação concluiu que as pessoas que reduziram o consumo desses alimentos em pelo menos três porções diárias apresentaram um risco menor de depressão em comparação com as que tinham um consumo moderado. Com base nisto, perceberam que os “adoçantes artificiais podem desencadear a transmissão de moléculas de sinalização específicas no cérebro importantes para o humor”.

As conclusões vêm, como referiu Keith Frayn, professor na Universidade de Oxford ao “The Guardian” “juntar-se às preocupações crescentes sobre os adoçantes artificiais e a saúde cardiometabólica”. O docente reforçou ainda a necessidade de investir mais na investigação desta possível relação de causa-efeito.

A depressão é uma das doenças psiquiátricas mais comuns. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) é um dos principais problemas de saúde no mundo desenvolvido. Estima-se que uma em cada quatro mulheres e um em cada dez homens possam sofrer de depressão em alguma fase da sua vida e os miúdos também podem ser afetadas.

Segundo a OMS, a depressão é o problema de saúde mais prevalente na União Europeia, afetando cerca de 50 milhões de pessoas. As estatísticas revelam ainda que 11 por cento da população europeia irá sofrer um episódio depressivo ao longo da vida e que essa é a segunda maior causa de incapacidade. Portugal ocupa a quinta posição entre os países com mais casos — cerca de 8 por cento dos portugueses estão diagnosticados com essa perturbação.

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