Saúde

Não é só na primavera que se sofre de alergias. O outono pode ser pior

Se não consegue parar de espirrar e tossir nos últimos dias, há uma explicação para isso — e pode não ser nenhuma gripe.
Não é só na primavera.

A chegada da primavera está geralmente associada às alergias, aos espirros constantes, tosse, comichão nos olhos e desconforto generalizado — mas não é a única época do ano em que estes sintomas aparecem. O outono, por vezes, também é um verdadeiro inferno para quem sofre de alergias. 

Apesar de serem mais comuns na primavera, com a proliferação dos pólens, no outono e inverno continuam a atacar. A época das alergias parece estar a começar mais cedo e a durar mais, mas há uma explicação para esse fenómeno: a crise climática. 

Segundo os cientistas, o facto das temperaturas permanecerem quentes durante mais tempo, adiando assim a primeira geada do ano, faz com que as plantas que libertam alergénio tenham mais tempo para crescer. Os níveis mais altos de dióxido de carbono na atmosfera, devido ao uso de combustíveis fósseis e emissões, também estimulam o crescimento destas plantas. Conclusão: tudo isto gera mais pólen, o grande inimigo das pessoas que sofrem com alergias.

“O culpado mais comum é uma planta chamada ambrósia. Cresce de forma selvagem em quase todos os lugares. É uma planta que pode libertar mil milhões de grãos de pólen. A época da ambrósia, por norma, começa em agosto e atinge o pico em setembro, mas pode durar até novembro”, revela à CNN a médica e especialista em bem-estar Leana Wen.

Além do pólen, há outros motivos que despertam as alergias, como os ácaros, “organismos microscópicos que se alimentam do pó doméstico e da humidade do ar”, que podem causar sintomas durante todo o ano.

Os sintomas comuns incluem o nariz entupido, estar constantemente a fungar, espirros, comichão nos olhos, tosse, garganta arranhada, comichão e sensação de queimadura no nariz, boca e olhos. Por surgirem numa época em que os vírus respiratórios também são mais comuns, pode ser difícil distingui-los. A presença de febre é um fator distintivo neste caso, uma vez que as alergias sazonais não tendem a causá-la, nem sintomas corporais totais, como dores no corpo e fadiga.

Caso seja realmente alergia, o melhor a fazer é tentar reduzir a exposição ao alergénico. “Se o problema for a planta ambrosia, limite o tempo ao ar livre quando a contagem de pólen estiver alta, o que normalmente ocorre de manhã e vai até ao início da tarde”, sugere a médica. 

Trocar a roupa ao chegar a casa, manter as janelas e portas fechadas dentro de casa (e no carro também), secar roupa no interior em vez de pendurar num estendal ao ar livre são outras das recomendações. Quando à medicação, o melhor será mesmo anti-hismínicos e sprays nasais, que ajudam na congestão nasal.

Em todo o caso, quando sentir sintomas, o melhor é consultar um especialista em alergologia para fazer o despiste do alergénio que causa a reação e prescrever o tratamento mais indicado. Desta forma é também possível perceber se está perante uma crise alérgica ou alguma virose respiratória, também típica da época. 

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