Uma empresa em Oslo, na Noruega, criou uma unidade de transporte especializada em isolamento que serve para proteger contra a transmissão de infeções. Chama-se EpiShuttle e permite ao profissional de saúde estar perto do doente infetado sem quaisquer riscos de contaminação.
“O que vemos agora com a Covid-19 é que muitos profissionais de saúde também foram infetados. Por isso, penso que é muito importante que se sintam seguros enquanto trabalham. Especialmente durante o transporte de pacientes, porque, numa ambulância ou num helicóptero, estão sentados muito perto deles”, explicou Ellen Andersen, diretora executiva da empresa EpiGuard, à “Euronews“.
Foi a epidemia de ébola na Serra Leoa, entre 2014 e 2016, que inspirou a criação deste isolador médico, quando um dos profissionais de saúde noruegueses a trabalhar no país foi infetado e teve de ser enviado para casa para receber tratamento.
O EpiShuttle foi desenvolvido por uma equipa de investigadores do Hospital Universitário de Oslo e permite aos pacientes receber cuidados intensivos durante o transporte até às unidades hospitalares, protegendo ao mesmo tempo os profissionais de saúde do risco de infeção.
Segundo Fridtjof Heverdal, médico e fundador da EpiGuard, citado pela mesma publicação, esses primeiros cuidados podem ser essenciais para o sucesso do tratamento. A cápsula permite “tratar o doente com a intubação das vias respiratórias para podermos fazer a ventilação mecânica ao longo de todo o aparelho até à boca do doente”, mas também “fazer tratamentos intravenosos através de portas intravenosas” e “monitorizar o paciente muito bem com monitorização intravenosa ou monitorização intra-arterial”.
Uma das vantagens do EpiShuttle é não necessitar de ser desinfetado depois do transporte de doentes infeciosos. O isolador e a cobertura foram feitos de forma a limitar os inconvenientes físicos e psicológicos em caso das viagens longas e permite aos pacientes posicionar a cama de várias formas diferentes.
Alguns hospitais e as forças aéreas da Noruega já estão a usar o equipamento, que também foi adotado na Escócia, Dinamarca, Alemanha e Bélgica, para o transporte de doentes com o novo coronavírus.