Saúde

Novo estudo: redes sociais podem estar a prejudicar a vida sexual dos portugueses

Os investigadores procuraram perceber a relação entre o uso excessivo destas ferramentas e a relação com o parceiro.
Passamos horas do nosso dia a mexer no telemóvel.

As redes sociais fazem cada vez mais parte das vidas dos portugueses. O Instagram, o Facebook, o WhastApp e até o TikTok são ferramentas que nos ajudam a trabalhar no dia a dia e, muitas vezes, a abstrair do stress. Mas tudo tem o seu lado negativo. Neste caso, as aplicações podem estar prejudicar a vida sexual.

Nos últimos anos várias pesquisas confirmaram que um uso demasiado frequente de redes sociais causa problemas emocionais, ansiedade, depressão e solidão. O estudo realizado em Portugal e conduzido por Rui Miguel Costa, investigador do William James Center for Research, no Instituto Universitário de Lisboa (ISPA), teve objetivos semelhantes, tentando “perceber se o uso mais problemático, mais compulsivo, se associa a problemas sexuais”.

Os investigadores analisaram, entre 2019 e 2021, o impacto do uso das redes sociais entre homens e mulheres heterossexuais entre os 18 e 30 anos. No total, a pesquisa contou com 1486 participantes. Os investigadores concluíram que “quanto maior o grau de dependência, maior a probabilidade de haver problemas sexuais”.

Nos homens, constatou-se um maior risco de disfunção erétil e de insatisfação sexual. Nas mulheres, foi detetado um maior de risco de dificuldades na excitação e no orgasmo, assim como de insatisfação e dor durante as relações sexuais, disse à agência Lusa, citado pela SIC Notícias, o investigador que tornou pública a investigação no último volume do boletim científico “Journal of Sexual Medicine” — embora o estudo esteja concluído desde maio de 2022.

Apesar de ainda não serem claros os mecanismos que explicam esta situação, Rui Miguel Costa disse que “a possibilidade da dependência das redes sociais reduz a atenção dada ao parceiro ou à parceira, criando sensações de afastamento emocional, com impacto negativo na função sexual”. E acrescentou que o stress e mal-estar psicológico que, por vezes, geram podem ser outras das causas.

Rui Miguel Costa considera necessária a moderação do uso das redes sociais e que os utilizadores “comecem a ganhar consciência de que há um efeito tóxico na sua utilização excessiva, como acontece com o álcool, o tabaco, que pode levar a perturbações emocionais, causar sentimentos de solidão, mesmo em pessoas que têm relações ótimas”.

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