Saúde

Olá, primavera. Sabe que pode evitar ataques de asma e rinite alérgica sem medicação?

Os descongestionantes nasais são populares, mas trazem riscos. Os especialistas sugerem que invista num aparelho sem efeitos secundários.
O desumidificador vai ser o seu melhor amigo.

A primavera traz dias mais quentes, céu azul, novas flores e folhas. Porém, para milhões de portugueses que sofrem de alergias está longe de ser uma estação idílica. Espirros, tosse, dificuldade em respirar, comichão nos olhos, desconforto generalizado e cansaço são apenas alguns dos sintomas que vão começar começar a surgir nos próximos dias.

Esta segunda-feira, dia 20 de março, assinala-se o equinócio do primavera e com a subida das temperaturas — em Lisboa os termómetros chegarão aos 21 graus, estão reunidas as condições ideais para a proliferação dos pólenes (um dos grandes culpados).

“As pessoas sofrem mais com alergias durante a primavera por causa dos pólenes, que as plantas emitem em grande quantidade para a atmosfera durante a época polínica”, conta à NiT João Gaspar Marques, imunoalergologista da Sociedade Portuguesa de Alegologia e Imunologia Clínica.

Estes grãos de dimensões microscópicas são um dos principais agentes alergénicos conhecidos e provocam uma resposta de defesa inadequada por parte do sistema imunitário às pessoas suscetíveis. Este tipo de alergias são comuns a quem sofre de asma ou rinite alérgica. Para saber qual a melhor forma de lidar com elas, primeiro deverá consultar um imunoalergologista para obter um diagnóstico concreto.

Depois, é recomendado que faça um teste para saber ao que é alérgico. “Se souber, o doente consegue perceber qual é a altura mais difícil do ano”, nomeadamente através da consulta do Boletim Polínico, um serviço gratuito da Rede Portuguesa de Aerobiologia da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.

Como nesta época do ano, os níveis de pólenes no ar são mais elevados, é essencial que evite a sua exposição ao mesmo. Não deve passar muito tempo na rua nos dias mais ventosos ou de maior calor. Quando andar de carro, circule com os vidros fechados e o ar condicionado ligado. “Também devem utilizar óculos de sol para impedirem o impacto nos olhos”, acrescenta o especialista.

Em casa também não está inteiramente salvo e deve considerar outro fator: a ventilação das divisões. A circulação do ar deve ser feita ao fim do dia, quando a quantidade de pólen no ar é menor. Os descongestionantes nasais também são bastante populares nesta altura, mas podem trazer alguns riscos.

Como dão um alívio muito rápido, é normal que a tendência seja usá-los constantemente, mas estes “não se devem transformar numa medicação regular”. Quando os utiliza muitas vezes deixarão de ter efeito e, na verdade, até poderão piorar os sintomas das alergias. “Quando param, os doentes ficam piores do que quando começaram”, alerta o médico.

O que muitas pessoas não sabem é que existe um aparelho que pode ser um grande aliado de quem sofre de alergias. Os purificadores de ar — que filtram o ar e eliminam poluentes, tais como bactérias e agentes alergénios, como o pó, bolor, pelos de animais e pólenes — podem ajudar a evitar ataques de asma e rinite alérgica. E têm outra vantagem: muitos modelos também ajudam a eliminar odores fortes (comida, fumo do tabaco, entre outros).

No entanto, nem todos têm o mesmo grau de eficácia. No momento de compra, deve optar por um dispositivo equipado com um filtro HEPA (sigla inglesa que se traduz para deteção altamente eficaz de partículas). “Existem evidências que indicam que este tipo de aparelhos ajudam, por exemplo, os doentes com asma, que depois acabam por ir menos vezes aos serviços de urgência”, explica o imunoalergologista. E têm outros benefícios: “Melhoram a qualidade do ar interior, tratando também de outros poluentes que agravam a nossa saúde respiratória”, aponta João Gaspar.

O purificador deve ser colocado na divisão da casa onde passa mais tempo, sem esquecer o quarto visto que é lá que dormimos. “E não devemos abrir as janelas porque assim o ar purificado é invadido pelo do exterior”, avisa. Quanto ao tempo de utilização, ainda não existe um consenso na comunidade científica.

Alguns médicos dizem que deve ser usado “continuamente”, porque quando o desligamos a qualidade do ar piora “quase imediatamente”. Outros recomendam um período intermitente, como duas vezes por semana ao longo de aproximadamente um mês. Contudo, cada caso é diferente — consoante a suscetibilidade ao pólen de cada um e as características do espaço. Se a casa for mais antiga, deverá mantê-lo ligado durante mais tempo.

Carregue na galeria e fique a conhecer alguns purificadores de ar com filtro HEPA (de várias marcas, modelos e preços).

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