O Paxlovid, medicamento da Pfizer que ajuda na prevenção de doença grave causada pela Covid-19 está a ser um sucesso nos Estados Unidos. Lançado em dezembro de 2021, já provou ser eficaz contra a variante Ómicron — a responsável por mais casos de infeção em Portugal, neste momento. Por cá, a Direção-Geral da Saúde (DGS) assegura que o fármaco está pedido desde fevereiro deste ano, mas ainda não há data para o arranque da sua distribuição no País.
O comprimido foi autorizado pela Agência Europeia do Medicamento a 27 de janeiro, no âmbito da terapêutica contra a infeção por SARS-Cov-2. Este é o primeiro medicamento contra a Covid-19 a ser recomendado na União Europeia e pretende diminuir a capacidade do vírus se reproduzir no organismo, reduzindo o risco de os infetados desenvolverem sintomas graves. Nos EUA já atingiu recorde de vendas e no Brasil também já foi aprovado.
Portugal faz parte dos países em lista de espera para receberem o antiviral da Pfizer contra a Covid-19. O anúncio foi feito em fevereiro pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que afirmou que tanto a Direção-Geral da Saúde como o Infarmed estão a apresentar pedidos de reserva do medicamento à farmacêutica.
O medicamento diminui o risco de hospitalização ou morte, comparado com um placebo em doentes de alto risco, quando são tratados nos cinco primeiros dias desde o aparecimento dos sintomas. O remédio está, atualmente, autorizado para uso condicional ou emergencial em vários países do mundo.
Segundo o médico Filipe Froes, aqui citado pela revista “Visão”: “O fármaco é essencial, sobretudo na altura em que nos encontramos, por contribuir significativamente na diminuição do impacto da gravidade e da mortalidade nas pessoas mais vulneráveis”.
A mesma publicação avança que a DGS afirmou que “a norma não tem ainda, sequer, uma data prevista de saída”. O que significa que, até ao momento, não terá avançado com a regulamentação necessária para a comercialização do medicamento porque está a avaliar ainda os ajustes das doses necessárias e os circuitos de distribuição e de disponibilização do medicamento. O que, ao que tudo indica, será feito diretamente entre o SNS 24 e o paciente.
A Pfizer já tinha afirmado em dezembro do ano passado que, se for administrado nos três dias após o início dos sintomas, o comprimido Paxlovid reduz o risco de hospitalização e morte em 90 por cento dos casos. Se tomado no prazo de cinco dias, o risco diminui para 88 por cento.
Em comunicado, a empresa norte-americana garantiu que as investigações realizadas em laboratório do tratamento oral paxlovid contra o novo coronavirus demonstraram a eficácia deste contra a Ómicron. “Tem o potencial de manter concentrações de plasma muito superiores à quantidade necessária para evitar que a Ómicron se replique nas células”.
O tratamento combina nirmatrelvir, que bloqueia a replicação do vírus mediante a inibição da enzima proteasa, e o ritonavir, que tem como função aumentar a duração da efetividade. O coronavirus necessita dessa enzima, partilhada pelas distintas variantes do SARS-CoV-2, incluindo a Ómicron, para se replicar. “Em todos os casos”, a componente mostrou ser “um potente inibidor”.