Se antes era tabu, nos últimos anos o impacto da saúde mental no nosso dia a dia é cada vez mais discutido. A atriz e cantora Selena Gomez, por exemplo, lançou este ano um documentário onde expôs as suas batalhas, incentivando muitos outros a fazer o mesmo. Atualmente sabemos que este bem-estar é tão ou mais importante quanto o físico.
As relações amorosas ou de amizade, questões profissionais e problemas familiares são apenas alguns dos fatores que podem afetar a nossa saúde mental. E nos últimos meses surgiu outros motivos de preocupação constante: a guerra na Ucrânia e as crises energética e económica que desencadeou. “Vamos ter mais situações depressivas e de ansiedade porque vamos querer manter a qualidade de vida que temos atualmente”, conta à NiT a psicóloga Marta Calado, da Clínica da Mente.
Nos telejornais e meios de comunicação social são várias as notícias sobre o aumento do custo do gás, eletricidade, portagens, entre outros. “Isto faz aumentar reações fisiológicas como palpitações cardíacas e dificuldades em respirar, provocados pelos sentimentos de medo e a incerteza em relação ao futuro”, acrescenta. Receamos não conseguir pagar as contar, perder o emprego ou tememos virmos a ser os únicos a trabalhar lá em casa.
No entanto, esta ansiedade mais generalizada não surgiu em 2022. Nos últimos dois anos a principal preocupação não era a crise, mas sim a pandemia da Covid-19 que afetou “a saúde mental de crianças, jovens e adultos”. “Atualmente ainda temos pessoas a pedirem ajuda devido às dificuldades pelas quais passaram em 2020 ou 2021, relacionadas, por exemplo, com problemas profissionais”, aponta a psicóloga.
As questões que nos assombram são várias, mas há um truque que o poder ajudar a melhorar a sua saúde mental no próximo ano — e é bastante simples de pôr em prática: criar uma rotina consistente de sono. “Se dormirmos bem conseguimos estar muito mais ágeis e teremos motivação para depois traçarmos objetivos na nossa vida, e vamos enfrentar o dia a dia com outro ânimo e disposição”, explica.
Um adulto deveria dormir entre sete a nove horas, mas é provável que não o faça. Felizmente, Marta tem algumas dicas para passar a ter noites mais tranquilas e relaxadas. Uma delas passa por desligar os ecrãs pelo menos uma hora antes de ir dormir. “Isto vai ajudar a relaxar o cérebro e a mente, ao mesmo tempo que aumenta a produção da principal hormona que mantém as boas noites de sono, que é a melatonina.”
Outros conselhos passam por beber um chá à noite, embora nem todos reajam da mesma forma a esta bebida. “Algumas pessoas não devem beber líquidos porque depois terão de se levantar para ir à casa de banho”, quebrando assim o ciclo do sono. Ler um livro ou ouvir uma meditação guiada também o podem ajudar a adormecer mais depressa.
O ambiente à nossa volta também tem um papel importante. Caso esteja a dormir com alguém que ressona, o melhor é comprar tampões para os ouvidos ou, caso isto não resulte, dormir numa outra divisão da casa. “Também devemos manter uma temperatura que nos seja confortável”, que deve ser cerca de 23 graus. O quarto deve estar pouco iluminado e, se possível, exposto a poucos ruídos.
“Outra estratégia é criar uma boa rotina de exercício físico”, revela. Caso incluamos o desporto no nosso quotidianos, chegaremos ao fim do dia com um corpo mais relaxado e cansado, o que fará com que entre melhor na rotina de ser. Os treinos, contudo, não têm de ser ao fim da tarde. Também podem ser de manhã porque o resultado será o mesmo.
Também sabemos que é à noite que muitos dos pensamentos que tentamos afastar durante o dia voltam para nos deixar acordados. “Aí devemos investir na procura de ajuda profissional para não existir nenhuma perturbação de sono, como as insónias”, refere.
Se tem problemas de sono deve comer um ou dois kiwis ao jantar, como a NiT já lhe explicou neste artigo. Carregue na galeria e descubra outros alimentos que o poderão ajudar a melhorar a qualidade do sono.