Arcturus. É esta a designação da nova subvariante da Ómicron que está a preocupar as autoridades de saúde. Devido à sua elevada taxa de transmissibilidade e capacidade de resistência aos anticorpos, colocou os especialistas da área em alerta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde trata-se de uma subvariante semelhante à XBB.1.5, mas com uma capacidade de infeção superior. Já foi detetada em 29 países, incluindo os Estados Unidos, onde já representa cerca de 7,2 por cento dos casos de Covid-19 no país. Contudo, apesar de disseminar mais facilmente, até ao momento não há indicação de que esteja a provocar casos mais graves.
“Está em circulação há alguns meses”, referiu Maria Van Kerkhove, técnica da OMS responsável pela monitorização da Covid-19. “Não vimos uma mudança na gravidade da infeção nos indivíduos ou nas populações. Tem uma mutação adicional na proteína spike que, em estudos de laboratório, mostrou uma maior capacidade de infeção, bem como potencial patogenicidade aumentada.”
Na Índia, o número de casos aumentou de forma exponencial nas últimas semanas. Na última sexta-feira, 14 de abril, o Ministério da Saúde daquele país registou mais de 50 mil infetados. Face a estes números, em alguns estados indianos está a ser equacionado o regresso da obrigatoriedade de utilizar máscaras em locais públicos.
Paul Hunter, professor de medicina da Universidade de East Anglia (Reino Unido), que investiga as mutações do vírus da Covid-19, desvalorizou a gravidade da subvariante.
“Parece estar a disseminar-se mais depressa do que qualquer outra variante neste momento, mas é sempre isto que acontece: aparece uma nova variante, espalha-se rapidamente durante um período e depois desaparece passadas algumas semanas, até ser substituída pela próxima”, sintetiza, aqui citado pelo “Público”.
O epidemiologista esclareceu ainda que estudos anteriores já mostram que muitas pessoas estão a beneficiar da imunidade híbrida, resultado da combinação entre infeções prévias e vacinação. Por isso, é esperado, que mesmo que sejam infetados com a “Arcturus” ou outra subvariante, é menos provável que seja necessário tratamento hospitalar.