Saúde

Ordem dos Médicos suspende cirurgiões do hospital de Faro denunciados por interna

Diana Pereira fez uma denúncia onde referia "erros e negligência sucessivos" que presenciou no departamento de cirurgia.
Assustador.

Dois cirurgiões do Hospital de Faro foram suspensos temporariamente pela Ordem dos Médicos. A medida foi decretada na sequência das denúncias feitas por Diana Pereira, interna de cirurgia do hospital, relativas a alegadas más práticas. Os fundamentos da decisão ainda não foram divulgados.

Diana Carvalho Pereira, médica interna do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), começou o internato em cirurgia, em janeiro deste ano. No departamento encontrou “uma realidade chocante”, como relatou à NiT na altura. Em abril, após assistir a várias situações de más práticas, decidiu apresentar queixar na Polícia Judiciária contra um cirurgião da equipa. A internista afirma que este cometeu “erros médicos sucessivos” e estendeu a acusação ao diretor do serviço por alegada conivência. Três dos casos que presenciou podem ter levado à morte dos doentes.

Na sequência da denúncia, Martins dos Santos, diretor do serviço de cirurgia, emitiu uma nota interna na qual dava conta que Diana Pereira só poderia exercer “medicina tutelada” e que ali “não exerceria mais” uma vez que nem o próprio, “nem nenhum dos cirurgiões a quer tutelar”, avançou o jornal “Público”. O clínico justificou a situação com “a perda de confiança geral na médica”.

Perante a gravidade das acusações, o hospital abriu um inquérito interno com caráter de urgência. O diretor clínico pediu também a intervenção da Ordem dos Médicos, que por sua vez, constituiu uma comissão independente para investigar a denúncia.

A suspensão dos cirurgiões decretada esta terça-feira, 7 de junho, pela Ordem dos Médicos acontece dois meses depois do bastonário Carlos Cortes ter garantido, em conferência de imprensa a 11 de abril, que se tratava de “um assunto prioritário”. “Perante a especificada gravidade do que foi relatado, era importante ter uma intervenção célere, por um lado, e consequente, por outro, para assegurar os cuidados de saúde, bem como o cumprimento das práticas médicas corretas”.

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