Saúde

Os cremes com a famosa “molécula da juventude” podem ser eficazes — mas têm riscos

Está em todos os produtos anti-rugas. Tem sido muito comentado nas redes sociais, porém, não é um ingrediente inofensivo.
Já ouviu falar do retinol?

Apesar dos 40 serem considerados os novos 30, todos gostariam de evitar os inevitáveis sinais da passagem do tempo. Um desejo que justifica o sucesso dos cremes antirrugas, peelings e de tantos outros procedimentos para manter um aspeto jovem. A eficácia de cada um depende, claro, da sua composição — e a cada momento surge um ingrediente apontado como “milagroso”.

Nos últimos tempos, um dos que mais tem dado que falar nas redes sociais é o retinol. É descrito como a “molécula da juventude” que combate de forma eficaz os sinais de envelhecimento da pele. E, se em tempos podia irritar a derme, atualmente, devido à evolução tecnológica, é melhor tolerado e tornou-se num dos principais ingredientes de muitos produtos antirrugas.

Segundo a dermatologista Helena Toda Brito, o retinol um ativo poderoso, derivado da vitamina A, que ajuda a uniformizar o tom e a melhorar a textura da pele, a reduzir poros, rugas e linhas de expressão e a tornar a tez mais luminosa e com um aspeto menos cansado. É também utilizado para o tratamento da acne, envelhecimento cutâneo, manchas e estrias, devido à sua ação esfoliante.

“Atualmente pode ser incluído em procedimentos realizados em gabinete, para estimular a síntese de colagénio e elastina e a renovação celular. A sua utilização, em ambiente controlado, possibilita a aplicação de concentrações e formulações mais potentes, as quais podem ser introduzidas em maior profundidade na pele, para um efeito mais rápido e melhorado”, explica a especialista em dermatologia à NiT. Os “peelings e os microagulhamentos” são apenas alguns dos procedimentos que incluem a aplicação de retinol.

No entanto, pelo seu potente efeito na renovação cutânea, é muitas vezes combinado com cosméticos de uso caseiro, permitindo uma “otimização de resultados”. “Geralmente é benéfico associar o retinol a ingredientes hidratantes e calmantes, como o ácido hialurónico, a niacinamida e as ceramidas, para compensar o efeito irritativo e conseguir obter o efeito pretendido”, acrescenta a dermatologista.

Os cuidados a ter com o retinol

É um ingrediente bastante potente e eficaz e, por isso, exige alguns cuidados. “A introdução de produtos com retinol deve ser gradual, em baixas concentrações e aplicações espaçadas para evitar qualquer efeito irritativo”, alerta Helena Toda Brito. Como estimula a eliminação de células mortas e consequente diminuição da espessura da camada córnea da epiderme, deve ser aplicado de preferência à noite, sobre a pele limpa e seca, para diminuir o risco de irritação. “Para maior conforto e tolerância, depois deve ser aplicado um creme hidratante, para combater a secura”, aconselha.

Outro dos cuidados a ter é proteger a pele do sol. “Esta molécula aumenta a sensibilidade aos raios solares. Esta hipersensibilidade pode traduzir-se em irritações e manchas na pele.” Ou seja, o protetor solar é imprescindível para quem aplica produtos com retinol diariamente.

Além disso, este ingrediente não deve ser utilizado por grávidas, por pessoas que estejam a amamentar ou com hipersensibilidade. “Quem tem uma pele sensível ou reativa não deve usar este ingrediente sem aconselhamento médico. Os produtos a utilizar e o seu esquema de aplicação devem ser recomendados por um especialista”, frisa a especialista em dermatologia.

Para que aplique mesmo (e várias vezes ao dia) o protetor solar certo, e para para o ajudar no momento de escolher, a NiT selecionou alguns produtos, de várias marcas, e indicados para cada tipo de pele — sensível, seca ou mista. À parte desta rotina, não se esqueça de evitar a exposição ao sol nas horas de maior radiação e de usar roupa, chapéu e outras formas de proteção.

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