Saúde

Paciente de 58 anos com VIH já não apresenta sinais do vírus — é o quinto caso no mundo

O natural de Düsseldorf foi diagnosticado com a doença em 2008. Recebeu uma doação de medula óssea que terá levado à cura.
Uma novidade promissora.

Um paciente infetado com VIH deixou de apresentar sinais do vírus após um transplante de medula óssea que tinha como objetivo curar uma leucemia, afirma um novo estudo publicado esta segunda-feira, 20 de fevereiro. Trata-se de um homem de 53 anos, natural de Düsseldorf, na Alemanha. É o quinto caso em todo o mundo — médicos já fizeram o mesmo em Londres, Berlim, Nova Iorque e em Duarte (na Califórnia), nos Estados Unidos.

O alemão, cuja identidade permanece anónima, estava a ser acompanhado por investigadores do Hospital Universitário de Düsseldorf, na Alemanha, há cerca de nove anos. Foi diagnosticado com VIH em 2008 e três anos depois foi-lhe detetada uma leucemia. Em fevereiro de 2013, recebeu um transplante de medula óssea. Após a operação, continuou a tomar medicamentos antirretrovirais que impedem a multiplicação do vírus, o que reduz a quantidade da carga viral no organismo.

Em 2018, contudo, os cientistas decidiram suspender a terapêutica para poderem ter a certeza se o paciente estava curado ou não. Agora, quatro anos depois, os especialistas não encontraram quaisquer vestígios de VIH no organismo do alemão que fossem capazes de o infetar novamente.

A dadora de medula óssea tinha, segundo a publicação do jornal científico “Nature”, uma rara mutação que oferece resistência contra diferentes linhagens do VIH, tal como o VIH-1. “Isto prova que estas abordagens são promissoras e reproduzíveis, visto que já não se trata apenas de um caso isolado”, afirmou Jürgen Rockstroh, professor na universidade Hospital Bonn (Alemanha). Apesar desta afirmação, outros investigadores frisam que este tratamento não foi bem sucedido em muitos outros pacientes.

A comunidade científica continua a debater o que significa realmente estar curado do VIH, uma vez que o vírus pode manter -se escondido dentro de células do sistema imunitário e, neste casos, os métodos para o detetar ainda são muito limitados.

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