O secretário de Estado adjunto da Saúde revelou, esta segunda-feira, 28 de setembro, que o arranque da Covid-19 em Portugal foi provocado pela disseminação massiva de uma mutação especifica do SARS-CoV-2 no seu principal antigénio.
António Lacerda Sales disse, durante e habitual conferência de imprensa de análise da evolução da pandemia, essa variação do vírus “teve origem em Itália”.
João Paulo Gomes, coordenador do projeto de investigação sobre a diversidade genética do vírus, também esteve presente e explicou que este é apenas o principal primeiro resultado. Os finais chegam daqui a duas ou três semanas.
“O arranque da pandemia começou com a introdução de uma variante genética vinda da região da Lombardia, e terá entrado em Portugal a 20 de fevereiro na região norte/centro do país, tendo-se disseminado durante dez dias sem que pudesse ser detetado”, disse.
Segundo o responsável, foi isso que originou a emissão de “umas quantas cadeias de transmissão que depois foram crescendo”. Aliás, fez com que a meio de abril houvesse cerca de 3.800 casos de Covid-19 vindos desta mutação do vírus. Portanto, um em cada quatro casos da doença em Portugal, por volta do dia 9 ou 10 de abril, “terão sido causados por esta variante genética muito específica”.
Porém, esta mutação genética não se verificou no sul do País. O coordenador do projeto acredita que isso deveu-se às medidas adoptadas pelo governo naquela altura.