Saúde

Pense duas vezes antes de comer um hambúrguer. A fast food pode provocar cirrose

Segundo os especialistas, este tipo de comida pode ter mais consequências nefastas para o fígado do que o consumo de álcool.

Quando a vontade de cozinhar não existe, é fácil cair na tentação de meter uma pizza congelada no forno, ou fazer um pedido numa das aplicações de entrega de comida que temos instaladas no telemóvel. O problema? Tratam-se de alimentos ultra processados e o seu consumo regular, associado a uma vida sedentária, podem causar problemas sérios de saúde, como a obesidade e a diabetes.

Em casos mais graves, este tipo de rotina alimentar pode conduzir a outros problemas, como a cirrose — doença que conduz à destruição do fígado. Em Portugal, morrem cerca de duas mil pessoas por ano vítimas de cirrose hepática. Os especialistas estimam que cerca de 8 a 10 por cento dos portugueses têm problemas neste órgão. O álcool é apontado, como o principal desencadeador da patologia, mas os investigadores da Keck Medicine University, provaram que  fast food e os alimentos ultra processados pode ser ainda mais perigosos.

Segundo a pesquisa publicada na revista “Clinical Gastroenterology and Hepatology”, em janeiro, nos EUA a frequência de consumo de fast food é de duas a três vezes por semana.

De acordo com a investigação, é a população mais jovem “e a mais vulnerável socioeconomicamente” que mais consome este tipo de alimentação, tendo em conta o seu baixo custo.

Este hábito, além de aumentar o risco de obesidade e diabetes, tem feito crescer o número de pessoas com gordura no fígado.

O autor principal do estudo, Ani Kardashian explicou que, quando saudável, este órgão contém uma pequena quantidade de gordura, “geralmente inferior a 5 por cento”, e mesmo um aumento moderado desta percentagem pode levar a doenças não-alcoólicas do fígado gorduroso.

O cenário torna-se mais dramático quando se tratam de pessoas que têm patologias associadas, como a obesidade e a diabetes: “O aumento da gordura hepática nestes casos é especialmente impressionante, e deve-se, provavelmente, ao facto destas condições causarem uma maior susceptibilidade à acumulação de gordura no fígado”.

O médico norte-americano acrescentou ainda que as pessoas que comem uma refeição de fast-food por dia podem pensar que esta não lhes fará mal, no entanto, “se essa refeição equivaler a, pelo menos, um quinto da ingestão diária de calorias, estão a colocar os seus fígados em risco”.

Rocío Aller, especialista que participou na pesquisa, afirma que o fígado gordo não alcoólico é a principal causa de cirrose, inclusive, acima do consumo de álcool. “É um tema de saúde pública de primeiro nível”, alerta a investigadora. E acrescenta: “Esta condição hepática é cada vez mais comum na população jovem”.

Atualmente, não existe qualquer tipo de tratamento para esta condição, o que faz do exercício físico e de melhores cuidados com a alimentação uma forte aposta na saúde.

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