Pode ser boa altura para começar a tomar nota das horas que anda a dormir. Um novo estudo demonstra que dormir seis horas ou menos por noite aumenta consideravelmente o risco de demência em idades mais avançadas.
Em concreto, pessoas nas faixas etárias dos 50, 60 e 70 anos que dormem um número inferior de horas têm um risco de demência até 30 por cento superior, quando comparado com pessoas que dormem pelo menos sete horas por noite. Esta diferença verifica-se independentemente de outros fatores de risco de demência, destacam os mesmos investigadores.
O estudo em causa foi liderado, Séverine Sabia, especialista em biomédica da Universidade de Paris, e recorreu a dados da University College London, que em 1985 iniciou um estudo de longo prazo, analisando a saúde e estilo de vida de mais de 10 mil voluntários britânicos. Destes, mais de 500 desenvolveram demência, já na casa dos 70.
Como destaca o jornal “The Guardian”, que deu conta das conclusões esta terça-feira, 20 de abril, os investigadores não conseguem assegurar que a melhoria das horas e qualidade de sono possa reduzir o risco de demência. Sabe-se, no entanto, que a expressão sono reparador tem suporte cientifico. Uma boa noite de sono regenera, ajudando a limpar resíduos do cérebro. E uma das hipóteses que se admite é este processo poder ser afetado, ao longo do tempo, em quem dorme regularmente menos horas.
A idade avançada é um dos fatores principais quando falamos do risco de desenvolvimento de demências. Os padrões de sono são há muito analisado por neurologistas. No caso de demências, há sinais que podem surgir duas décadas antes de se tornar mais clara a forma como o cérebro está a ser afetado.