Saúde

Reino Unido vai oferecer medicamento contra a obesidade a mais de 10 mil pessoas

Os especialistas defendem que este é um momento crucial na luta contra a doença. O fármaco será disponibilizado gratuitamente.
É uma doença à escala mundial.

A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública à escala mundial. Nas últimas décadas, o número de casos aumentou de forma exponencial. Em 1975, os dados apontavam que cerca de 105 milhões de pessoas tinham excesso de peso. Agora, a Federação Mundial de Obesidade estima que até 2035 cerca de 51 por cento da população mundial — aproximadamente 4 mil milhões de pessoas — será afetada pela doença.

Em maio de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o agravamento da “epidemia de obesidade” que afeta a Europa (onde 59 por centos dos adultos) são obesos e pediu aos governos que tomassem medidas urgentes para reverterem a situação. Os especialistas acreditam que este é o momento crucial para combater a doença.

Perante o aumento assustador do número de casos no Reino Unido, o serviço nacional de saúde vai disponibilizar gratuitamente um fármaco a 10 mil pessoas para as ajudar a perder peso. O medicamento injetável utilizado será o Semaglutido, conhecido por ser milagroso para quem quer emagrecer.

O Semaglutido, que em Portugal e no Reino Unido está disponível com o nome comercial de Ozempic, consegue mimetizar as hormonas que regulam a sensação de saciedade, podendo promover perdas de peso de cerca de 15 por cento. Por cá é indicado para combater uma das patologias mais prevalentes no País: a diabetes.

Os estudos clínicos mostram que este fármaco pode levar a que os doentes reduzam o peso em mais de 10 por cento, caso mantenham um estilo de vida saudável, daí ter sido escolhido para o efeito. Porém, o Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Assistência (NICE, acrónimo em inglês) definiu que apenas podem tomar o medicamento doentes obesos que sofram de pelo menos uma comorbilidade associada ao excesso de peso, como a hipertensão arterial ou doenças do foro cardiovascular, e que tenham ou um Índice de Massa Corporal (IMC) acima dos 35, ou um IMC entre 30 e 34.9.

O fármaco, ainda sem lançamento previsto, será administrado semanalmente. Os especialistas admitem que o tratamento poderá durar até dois anos e acreditam que levará a uma melhoria no quadro clínico dos pacientes que sofrem de obesidade.

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