As notícias não são as melhores para quem adora sardinhas. Na última semana, pelo menos 10 clientes do Tchin Tchin Wine Bar, em Bordéus (França), acabaram nas urgências com botulismo. Todos comeram um petisco feito com este peixe em conserva. As autoridades francesas já falam num surto.
As vítimas são, na sua maioria, de origem estrangeira, com menos de 40 anos, à exceção de uma mulher de 70 anos. A única coisa que têm em comum, à parte da infeção bacteriana, foi o facto de terem ido ao mesmo bar na semana passada.
“Admito que abri um lote de sardinhas em que tive de deitar algumas fora porque tinham um cheiro forte. Outras pareciam boas e foram servidas aos clientes”, admitiu o gerente do bar ao jornal “Sud Ouest”.
Entre as pessoas assistidas nas urgências, uma mulher de 32 anos acabou por não resistir. Estava de visita à cidade, e após ter estado no bar, partiu para Paris. O companheiro continua internado num dos hospitais da capital francesa.
Thierry Touzet, o diretor-adjunto da Direção Departamental para a Proteção da População, confirmou, esta quarta-feira, 13 de setembro, que as análises realizadas comprovaram que existia um defeito de fabrico nas conservas de sardinhas, que provocou os casos de botulismo.
O botulismo é uma doença rara, mas grave e potencialmente mortal, causada pela bactéria Clostridium botulinum. “Este micróbio produz esporos que libertam substâncias tóxicas — a toxina botulínica — para o sistema nervoso, provocando um quadro de paralisia dos músculos, com insuficiência respiratória e eventualmente morte”, pode ler-se no site do Hospital da CUF. “Esta toxina é considerada a mais letal produzida por uma bactéria e talvez a mais mortal de todos os venenos”, acrescentam.