Se antes de comer alguma coisa que nem sabia que tinha na despensa a tendência é olhar para a data de validade, antes de aplicar um cosmético isso não acontece. Quantas não têm em casa um batom aberto em 2016, ou um verniz já espesso e pastoso, mas que continuam a usar para pintarem as unhas dos pés? Numa casa portuguesa existe, pelo menos, um produto de beleza fora do prazo, mas que continua a ser usado.
A NiT foi tentar perceber se existem riscos associados à utilização destes produtos e é Susana Vilaça, coordenadora da unidade de dermatologia do Hospital Lusíadas Porto, quem afirma: “claro que sim, tudo o que está fora do prazo pode fazer mal”. Afinal, se não comemos coisas depois da data de validade, porque é que vamos colocá-las na pele?
Os cosméticos cujo período de utilização recomendada já expirou podem ser nocivos para a pele e para a saúde em geral, sem falar do uso em vão, já que “muitas deixam de ter eficácia após o término desse prazo”, explica a dermatologista. Não vale a pena continuar a aplicar aquele creme que tem na mesa de cabeceira há anos só porque não o consegue mandar para o lixo.
Deve ter especial cuidado com tudo o que coloca em contacto direto com a pele. E isto, desde o momento da compra dos produtos — que devem ser de qualidade — até à verificação do estado de conservação dos mesmos antes de os aplicar. Usar cosméticos que já não consegue lembrar-se quando foram abertos pode provocar reações alérgicas, dermatites, eczemas, vermelhidão, ardor e comichão. É muito importante, portanto, “respeitar a data de validade” dos mesmos, garante Susana Vilaça.
Contudo, esta informação nem sempre é fácil de encontrar nas embalagens dos produtos. Muitas não têm qualquer data inscrita, porém, as marcas costumam revelar durante quanto tempo os produtos mantêm as suas características após a primeira utilização. Trata-se de uma estimativa e é indicada por um símbolo (um pequeno boião aberto) que inclui um número que corresponde ao período — em meses — de utilização recomendada após a abertura. Normalmente, este ícone está localizado na parte detrás da embalagem, na parte inferior direita.
A maioria dos cremes podem ser usados durante um ano, e os restantes cosméticos entre um a três anos depois de abertos. Não são, contudo, prazos fixos e dependem muito da composição de cada produto. O melhor é sempre consultar o símbolo. Caso o frasco não contenha esta informação (é comum estar apenas na embalagem exterior), preste atenção ao cheiro, textura e cor do produto. Se observar a alteração de alguma das características, sugerimos que deixe de o usar.
É também indispensável ter em linha de conta de que, por vezes, “os produtos acabam por se estragar mesmo estando dentro do prazo de validade”. Com o passar do tempo, as fórmulas vão acabando por sofrer alterações. Guarde-os sempre em locais amenos e certifique-se de que ficam devidamente fechados. Nunca os deixe ao sol ou em locais mais húmidos, como a casa de banho.
Se não tem a certeza do estado de conservação de determinado cosmético, pode optar por testar a reação da pele. Aplique uma pequena quantidade do produto no braço, “nunca na cara, especialmente à volta dos olhos ou boca, por serem zonas mais sensíveis”, frisa a dermatologista e espere algum tempo antes e confirmar que não provocou nenhuma reação. Por fim, lembre-se que cada cosmético tem recomendações próprias relativas à sua aplicação que devem ser respeitadas, “não deixe nunca de ler os rótulos”, aconselha Susana Vilaça.
Carregue na galeria para conhecer as melhores propostas de cosméticos orgânicos e naturais. Leia também o artigo da NiT sobre a importância dos prazos de validade dos produtos para o cabelo.