O cenário dos hospitais está cada vez mais complicado. O alerta foi feito este domingo, 1 de outubro, pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.
Nos próximos dias, vários centros hospitalares do País vão atravessar dificuldades devido ao agravamento da situação nos serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Segundo o bastonário, estamos perante uma “situação de catástrofe” que motivou a solicitação de uma reunião urgente ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
Se nada mudar, muitos utentes não vão conseguir ter acesso aos cuidados de saúde esta semana. Cerca de 25 hospitais “não vão conseguir dar uma resposta adequada” aos pacientes de especialidades como medicina interna, cirurgia, pediatria, cuidados intensivos, ginecologia-obstetrícia ou cardiologia.
“É uma situação de uma enorme gravidade e, de forma responsável, a Ordem dos Médicos está a intervir para chamar à razão, para apelar a sensibilidade do Governo para esta situação”, disse, em declarações à “TSF”. Carlos Cortes afirmou ainda que os 1.500 médicos que se recusam a fazer mais de 150 horas extraordinárias anuais estão apenas a cumprir integralmente com o horário de trabalho e que a recusa é “um ato de responsabilidade”.
De relembrar ainda que, com a chegada do outono, começa a entrar-se num período sensível do ano. A afluência aos hospitais aumenta significativamente nos meses de novembro e de dezembro, pelo que é necessária uma resposta rápida por parte do Governo. Caso contrário, “podemos assistir aqui a uma catástrofe sem precedentes no SNS”, alerta.
O bastonário pede que sejam implementadas imediatamente “soluções concretas” e considera que a prioridade deve ser tornar o SNS “mais atrativo e com melhores condições de trabalho” para os médicos.