Saúde

Elle Macpherson luta contra um cancro da mama há 7 anos, mas recusa fazer quimioterapia

A supermodelo não segue convenções. “Recusar as soluções médicas que me propuseram foi a coisa mais difícil que fiz na vida.”
A australiana nunca seguiu convenções.

Elle Macpherson, de 60 anos, foi diagnosticada com um cancro da mama há sete anos e decidiu recusar os tratamentos quimioterápicos, apesar de ter sido aconselhada a fazê-lo por 32 médicos.

A supermodelo e atriz australiana revelou que preferiu recorrer a uma abordagem holística, apesar dos profissionais de saúde lhe terem recomendado procedimentos como uma mastectomia com radiação, terapia hormonal e reconstrução do peito.

“O diagnóstico foi um choque, inesperado, confuso e assustador de muitas maneiras. Deu-me a oportunidade de cavar fundo no meu interior para encontrar uma solução que funcionasse para mim”, contou à revista “Women’s Weekly”. Macpherson descartou as recomendações dos especialistas e apenas aceitou ser submetida a uma lumpectomia para remover o tumor, preservando a mama.

O cancro é um dos temas abordados em “Elle: Life, Lessons and Learning to Trust Yourself”, a obra lançada esta terça-feira, 3 de setembro, que Macpherson não considera uma autobiografia, mas sim, um livro de memórias. 

Ao longo da narrativa, a australiana, conhecida por não seguir convenções, revela que se refugiou numa praia em Miami, após ter sido diagnosticada com o HER2, um dos tipos mais agressivos de cancro da mama. Rezou, meditou e acabou por tomar a decisão de permanecer oito meses numa casa em Phoenix, no Arizona.

Durante esse período, optou por uma abordagem intuitiva e holística à doença, orientada por um naturopata, um dentista holístico, um osteopata, um quiroprático, dois terapeutas e o seu médico de família, especialista em medicina integrativa.

“Recusar as soluções médicas que me propuseram foi a coisa mais difícil que fiz na minha vida. Mas negar o meu próprio instinto teria sido ainda mais complicado”, escreveu no livro, segundo a “Women’s Weekly”. Elle rejeitou os tratamentos propostos pelos médicos por considerar que a quimioterapia e a cirurgia seriam intervenções excessivamente drásticas.

“Muitas pessoas pensavam que estava louca, mas sabia que tinha de fazer uma escolha que realmente ressoasse comigo. A decisão implicava lidar com os fatores emocionais e físicos associados ao cancro da mama. Estava na hora de fazer uma reflexão profunda e isso exigiu coragem”, acrescentou.

As reações dos vários elementos da sua família foram variadas. O filho Flynn, de 26 anos, não se sentia à vontade com a decisão da mãe, enquanto Cy, de 21, concordava que a quimioterapia não era uma boa opção. “Manter-me fiel a mim própria, confiar em mim, na natureza do meu corpo e no decurso da ação que tinha escolhido foi um exercício maravilhoso.”

Atualmente, a supermodelo assegura que se sente bem. “Em termos médicos, dizem que estou em remissão clínica, mas, na verdade, diria que estou em pleno bem-estar — em todas as dimensões, incluindo emocional, espiritual e mental, não apenas fisicamente”, sublinha. Após esta experiência, Elle planeia partilhar os seus conhecimentos sobre bem-estar através da sua marca de produtos naturais de luxo, a Welleco.

É importante notar que não existem evidências científicas ou médicas que sustentem os efeitos terapêuticos das ditas abordagens holísticas e alternativas aos tratamentos oncológicos, sublinham os especialistas do Cancer Research UK.

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