Com 21 pessoas infetadas, entre elas três profissionais de saúde, o serviço de cirurgia do hospital de Faro teve de encerrar a novos internamentos. Segundo fonte hospitalar, a assistência habitualmente prestada neste serviço foi redirecionando para outras áreas da unidade do hospital.
Horácio Guerreiro, diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA — que gere os hospitais de Faro, Portimão e Lagos), assegurou à agência Lusa que, com alguma “ginástica na gestão de camas”, o hospital concentrou as pessoas infetadas e contactos próximos na ala poente do serviço de cirurgia, não permitindo novas admissões.
“A ala de cirurgia está encerrada a novos internamentos, mas não está vazia, devido a um número elevado de casos de Covid-19, alguns dos quais já tiveram alta. Mantemos lá doentes infetados com Covid-19 e outros que tiveram em contacto com casos positivos”, afirmou o diretor clínico.
Os não infetados, mas que estiveram próximo de doentes com Covid-19 “aguardam a evolução até fazerem o seu período de quarentena”, acrescentou Horácio Guerreiro, quantificando em 21 o número total de infetados — entre eles três profissionais.
O surto afetou“concomitantemente, a ortopedia”. Isto porque, como explicou o representante da unidade de saúde, “inicialmente alguns doentes foram mobilizados, quer da ortopedia, quer da cirurgia, para a unidade Covid” específica que existe no hospital, mas “por uma questão de gestão de recursos, uma vez que já havia tantos infetados na enfermaria e na cirurgia foi decidido colocar os doentes na área indicada”.
Horácio Guerreiro adiantou que a ala poente da cirurgia “tem uma lotação de 28 camas” e, atualmente, “está ocupada com 25 doentes, 12 dos quais com infetados com Covid-19”, enquanto os “restantes estiveram em contacto com infetados, mas não estão positivos” e encontram-se a cumprir “o período de quarentena”.
O clínico afirma ainda que apesar do constrangimento causado pelo encerramento “as coisas estão a funcionar normalmente”. Não houve, para já, nenhum adiamento nem “tivemos de cancelar nenhuma atividade particular. Obviamente produz consequências a nível da gestão das camas, temos de fazer alguma ginástica para encaixar os doentes mas, por enquanto, temos mantido a atividade”.
Existe também a possibilidade, “em caso de necessidade, de utilizar outras zonas do hospital para assegurar a assistência, como o departamento médico”, garantiu o médico do centro hospitalar que serve o distrito de Faro.