Saúde

Tem 7 anos e foi visto por 17 médicos. Só o ChatGPT conseguiu descobrir o que tinha

Alex sentia dores que o impediam de brincar e crescer e os clínicos não conseguiam descobrir o que tinha. A mãe recorreu à IA.
Alex tem agora 7 anos.

Alex tem sete anos e já passou por mais médicos do que seria de esperar para a tenra idade. Aos quatro começou a queixar-se de dores na barriga que o impediam de brincar, depois começou a sofrer de enxaquecas e, no final, de exaustão. Frustrada por não conseguir ajudar o filho, a mãe pediu ajuda a uma ferramenta improvável, o ChatGPT — um programa de Inteligência Artificial (IA).

Tudo começou em 2020, durante os confinamentos motivados pela Covid-19. Courtney, a mãe do miúdo, comprou um insuflável para que os filhos pudessem brincar e entreter-se. Adoraram e logo no primeiro dia passaram horas aos saltos dentro da estrutura. Porém, ao final da tarde, Alex começou a queixar-se de dores de barriga. Os pais pensaram que seria apenas uma indisposição, mas, ao fim de um par de horas, o mal-estar continuava. Tomou um analgésico e a dor aliviou.

No dia seguinte, o cenário repetiu-se. Voltou a tomar medicamentos e melhorou. Este foi apenas o primeiro sintoma, porque dias depois começou a mastigar todo o tipo de coisas, como se tentasse aliviar uma dor na boca. A mãe — que pediu para não divulgar o apelido e outros detalhes da família, porque questões de privacidade — levou-o ao dentista e a saga pela procura de um diagnóstico começou.

Na primeira consulta, equacionaram que poderia tratar-se do nascimento dos molares, ou de uma cárie, mas nenhuma das hipóteses se confirmou. Pensaram que também poderia tratar-se de uma obstrução das vias respiratórias — que afinal não existia.

A dada altura, o miúdo deixou de crescer e os pais repararam que os lados esquerdo e direito do corpo não estavam equilibrados. Depois, vieram as enxaquecas e a exaustão.

A mãe contou, em entrevista ao “Today” que Alex era encaminhado de uma especialidade para outra, mas cada nova teoria surgia acompanhada de mais um sintoma que deitava por terra o diagnóstico. Ao longo de três anos foi visto por pediatras, fisiatras, dentistas e ortopedistas — nenhum descobriu o que tinha.

O princípio do fim da jornada chegou no início deste ano, quando Courtney obteve algumas respostas de uma fonte improvável, o ChatGPT. Desesperada com a situação, criou uma conta e partilhou com a plataforma de inteligência artificial tudo o que sabia sobre os sintomas do filho e toda a informação que conseguiu recolher das suas ressonâncias magnéticas. Pouco depois, o diagnóstico surgiu no ecrã: Alex tinha a medula pres. Ou seja, o movimento deste tecido estava limitado, o que o fez esticar de forma anormal, refere a Sociedade Americana de Cirurgiões Neurológicos, citada pelo “Today”.

Com este diagnóstico, Courtney procurou uma neurocirurgiã que depressa identificou que o menino tinha espinha bífida — um defeito congénito em que parte da medula espinhal não se desenvolve completamente — e que era isso que fazia com o tecido da medula ficasse preso e causasse todos os sintomas. Alex foi então operado para corrigir o defeito na medula e já está a recuperar.

A versatilidade e capacidade do ChatGPT tem dado que falar — é capaz de comunicar por escrito e de responder a questões complexas com uma eloquência e adaptabilidade que surpreende até os mais céticos. Ou seja, o programa procura e sistematiza informação sobre determinado assunto para formular a resposta à pergunta que lhe foi colocada.

Parece magia, não é? Os mais curiosos, assim que perceberam o potencial da ferramenta criada por Mira Murati, a CTO da empresa criadora, a OpenAI, começaram a usá-la para otimizar as tarefas do trabalho, da escola e do dia a dia, no geral. Descubra a história da origem da ferramenta de inteligência artificial.

Leia também este artigo da NiT sobre a história da criação do ChatGPT, e a debate a sua utilização massiva tem gerado. E descubra a dieta que a ferramenta elaborou para quem quer perder peso.

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