“Quando vão à praia ou à piscina, as pessoas já assumem que devem usar protetor solar. No entanto, esquecem que também o devem aplicar nos outros dias, mesmo se estiverem nublados”, começa por explicar Ana Moreira à NiT.
O verão aproxima-se, os dias passados ao sol também, e a utilização de um protetor dos raios solares devia ser um hábito tão comum como lavar os dentes diariamente. Porém, nem sempre é assim.
“Há muitas pessoas que ainda não têm essa noção”, revela a dermatologista da Allure Clinic, no Porto. A utilização deste tipo de cremes ajuda a prevenir diversos problemas, mas nem todos têm plena consciência disso.
“Ao usarmos protetor solar envelhecemos bem e com uma pele com menos rugas, sem manchas”, acrescenta. Isto porque os produtos protegem-nos da radiação ultravioleta que o sol emite. E embora o envelhecimento seja um tema que preocupa tanto homens como mulheres, há outros riscos que muitos ignoram, nomeadamente o cancro da pele. “Pensam que é algo que nunca lhes vai acontecer”, lamenta a especialista.
Outras pessoas, apesar de saberem da importância de usar protetor solar, não gostam da sensação do produto na pele — e acabam por não o aplicar com a frequência devida. Uma forma de evitar comprar um creme que depois acabam por não usar, é escolher a opção mais adequada, consoante o tipo de pele.
Quem tem uma pele mista ou mais seca não tem uma grande preocupação. No entanto, aqueles que produzem mais óleo naturalmente têm de ter um cuidado redobrado. Mas afinal, porque é que algumas pessoas têm aquele aspeto mais brilhante, especialmente na zona da testa?
“Tem a ver com fatores genéticos. Nas pessoas com pele oleosa as glândulas sebáceas produzem mais gordura, daí esse aspeto. Esta produção também pode ser aumentada com o calor e com o stress. Nas peles secas não há tanta produção sebácea”, explica a especialista.
Quem tem uma pele mais oleosa não deve chegar ao supermercado ou farmácia e comprar o primeiro protetor que lhe aparecer à frente. Embora continue a proteger dos raios ultravioleta, usar um produto que não é adaptado ao tipo de pele pode trazer outros riscos, nomeadamente o aparecimento de acne e um realce ainda maior da própria oleosidade.
Quando aplica um protetor em creme menos adequado, vai sentir a pele muito húmida ao longo do dia, visto que, na sua composição, há ingredientes hidratantes. “Se fizer uma aplicação continuada, esses produtos — com óleos e hidratantes que servem muito bem uma pele seca — vão obstruir os poros”.
No fundo, vai estar a acentuar a gordura que tanto quer esquecer e, passado pouco tempo, poderá dar desenvolver acne. Idealmente, deve optar pelas embalagens com indicações como “oil free” ou onde a designação é diferente. “Em vez de creme encontram-se nomes como gel ou gel-creme”, aponta Ana Moreira. Estes são fabricados com menos ingredientes emulgentes, ou com menor quantidade.
Têm ainda substâncias matificantes, o que ajuda a corrigir o excesso de óleo. A monolaurina é um desses ingredientes “que é seborregulador”, explica. “Estes produtos não vão causar qualquer tipo de problema a pele acneica ou oleosa. Não são indutores de obstrução dos poros ou pontos negros”, garante.
Cuidados a ter com os protetores solares
No momento da aplicação deve ter atenção a todas as áreas expostas ao sol, incluindo o couro cabeludo, as orelhas e os pés. Os produtos devem ser reaplicados a cada duas horas, embora haja exceções.
Quando está na água ou em atividades que envolvam maior exposição solar e transpiração, a proteção deve ser reforçada mais cedo. Durante as horas de maior radiação solar, entre as 11 e as 16 horas, evite a exposição contínua.
Felizmente, no mercado já existem várias propostas que “permitem hidratar um pouco menos, mas que dão muito conforto.” Carregue na galeria e conheça as recomendações da dermatologista.