A terapia com luz vermelha encontrou o seu lugar entre as tendências de beleza amplamente partilhadas nas redes sociais, como o TikTok, onde os vídeos sobre o tema alcançam centenas de milhares de visualizações. Utilizadores e especialistas compartilham resultados, alegando ser uma forma de reverter os sinais de envelhecimento da pele, promover recuperação muscular e até de melhorar o humor e o sono.
A dermatologista Marta Ribeiro Teixeira explica à NiT que esta não é uma técnica nova. Na verdade, foi descoberta pela NASA, nos anos 80. A luz vermelha começou por ser utilizada por astronautas “para estimular o crescimento de alimentos vegetais e para auxiliar na cicatrização de lesões”. O filme “Perdido em Marte”, de Ridley Scott, lançado em 2015, é um exemplo de como esta prática é utilizada.
No entanto, a profissional explica que a técnica “foi caindo no esquecimento”, devido à falta de estudos que comprovassem os seus benefícios. Esta realidade, porém, tem vindo a alterar-se, com o surgimento, nos últimos anos, de diferentes investigações que procuram provar as vantagens deste processo.
Os tratamentos consistem numa exposição controlada a emissores de luz LED vermelha. Estes “penetram mais profundamente na pele e estimulam as células a produzir mais energia, o que causa também uma produção de colagénio”, a proteína responsável por manter a resistência da pele e a sua firmeza e elasticidade. Além disso, “estimula a circulação sanguínea e é anti-inflamatória”, refere a dermatologista.
A dermatologista esclarece que esta é uma luz que existe naturalmente, proveniente do sol, mas que, para ser possível obter as quantidades necessárias para ver benefícios, “teríamos também de nos expor aos raios ultra violeta e, esses, por outro lado, causam problemas de pele”.
@ellie_pembs So excited to start using this!! this one is from @Omnilux LED -I’ll update you if i see any changes in the upcoming weeks🤞🏻♥️ (Gifted product) #ledfacemask #redlighttherapy #skincare #skintok #nomakeup #nofilter #unfiltered
Esta prática ganhou popularidade nos tratamentos para o rosto, mas pode ser benéfica para qualquer parte do corpo. Afirma a médica que “várias clínicas oferecem exposição completa”.
Os resultados são comprovados cientificamente, mas, para que sejam perceptíveis, é necessária uma rotina consistente de “10 minutos, três a cinco vezes por semana”.
Este tempo “não deve ser ultrapassado, porque os dispositivos aquecem e podem causar irritação, vermelhidão ou até bolhas”, alerta a profissional. Fora as precauções para evitar possíveis queimaduras, não existem riscos associados.
Além de propósitos preventivos e estéticos, a exposição à luz vermelha é prescrita como complemento a diversos procedimentos de cura, como para a acne e a alopecia. Marta Ribeiro explica que, no caso da acne, “tem duas funções: inibe a proliferação da bactéria que causa o problema e também tem uma ação inflamatória, que ajuda com as marcas e lesões”.
Pode também ser utilizada para evitar a queda de cabelo, por estimular os folículos capilares e incentivar o crescimento e fortalecimento dos fios. Além disso, investigações recentes apontam efeitos positivos contra a inflamação da rosácea e de hiperpigmentações.
Existem já diversas máquinas que realizam este procedimento, desenhados para diferentes partes do corpo, desde painéis quadrados, máscaras faciais, ou dispositivos pequenos, para marcas localizadas. O preço é variável consoante a clínica em que quiser fazer o tratamento, ou dependendo do formato do aparelho que escolher comprar — as máscaras faciais, por exemplo, podem custar mais de 300€.