Saúde

DGS avisa: má alimentação dos portugueses pode matar mais do que o tabaco

Segundo a autoridade de saúde, o excesso de peso pode contribuir para uma diminuição da esperança média de vida em cerca de 2,2 anos.
Sal, açúcar e alimentos processados são o inimigo.

Em 2030, o número de mortes provocadas pela alimentação inadequada deverá ultrapassar os óbitos por culpa do tabaco em Portugal. A informação alarmante foi avançada pelo plano Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) 2022-2030, da Direção-Geral da Saúde, apresentado na passada sexta-feira, 3 de março.

O documento refere que as despesas da saúde com as doenças relacionadas com o excesso de peso equivale a 207€ anuais por pessoa. No total, o País gasta cerca de 10 por cento da despesa total destinada à saúde no tratamento das doenças derivadas do excesso de peso.

“A alimentação inadequada é uma das principais causas evitáveis de doenças crónicas, perda de qualidade de vida e mortalidade prematura em Portugal. Estima-se que, nos próximos anos, a alimentação inadequada possa ultrapassar o tabaco no ranking dos fatores de risco modificáveis que mais condicionam a carga da doença a nível nacional”, alerta ainda o documento.

Segundo o estudo da DGS, 76 por cento da população portuguesa ingerem sal acima do nível máximo tolerado e 24,3 por cento tem um consumo de açúcares superior ao valor máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Pelo contrário, 56 por cento dos portugueses não atingem o consumo diário recomendado de fruta e hortícolas.

De acordo com o documento, os alimentos ultra processados contribuem para cerca de 24 por cento da ingestão energética diária total e 29 por cento do consumo alimentar total diário é proveniente de um conjunto de alimentos que não estão incluídos na roda dos alimentos (bolos, doces, bolachas, snacks salgados, pizzas, refrigerantes, néctares e bebidas alcoólicas).

“A obesidade, enquanto doença crónica e simultaneamente fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças, atinge 28,7 por cento da população adulta portuguesa (cerca de dois milhões de pessoas), sendo que mais de metade da população apresenta excesso de peso (67,6 por cento)”, sublinha a DGS.

Os dados alarmantes continuam: “No total de mortes previstas para 2030, a percentagem atribuível a erros alimentares será de 13,8 por cento e 12 por cento ao excesso de peso e obesidade, ultrapassando o tabagismo cuja percentagem projetada de óbitos atribuível será de 11,1 por cento”.

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT