Um jovem chinês com apenas 19 anos diagnosticado com Alzheimer é o caso mais precoce alguma vez registado da doença no mundo. A informação foi avançada num estudo publicado no “Journal of Alzheimer’s disease”.
Os problemas de concentração na escola foram o primeiro sinal. A situação agravou-se quando tinha 18 anos: começou a sofrer de perda de memória de curta duração, não conseguia lembrar-se do que tinha acontecido no dia anterior ou onde tinha colocado determinados objetos. Quase em simultâneo, segundo explicam os investigadores que estudaram o caso, começou a sentir dificuldades em ler e a reagir de forma lenta aos estímulos.
A memória foi piorando e deixou de conseguir lembrar-se do que comia, não conseguia fazer os trabalhos de casa e muito menos estudar. O caso deixou todos os envolvidos preocupados, uma vez que era um aluno acima da média.
Os exames comprovaram a perda cognitiva e indicaram uma atrofia do hipocampo. Além disso, mostraram um fluido no cérebro e uma concentração aumentada de uma proteína, que quando acumulada na região também é ligada à doença de Alzheimer.
Na família do jovem natural da China não havia nenhum caso, o que tornou o diagnóstico ainda mais estranho. “Todos os dados relatados apontam para Alzheimer, porém, quando patologia surge precocemente, há geralmente uma base genética muito clara, que neste caso não existe.”, explicou Alessandro Padovani, diretor da Clínica de Neurologia da Universidade de Brescia, aqui citado pelo jornal “El Mundo”.
Os investigadores ficaram impressionados não só com a idade do paciente, mas também pelo facto de não estar ligado a um quadro de predisposição genética, pois a maioria dos casos com menos de 30 anos são causados por mutações nos genes.
De acordo com os dados recolhidos pela organização norte-americana Blue Cross Blue Shield (BCBS), apenas de 5 a 10 por cento dos casos de Alzheimer acontecem em menores de 65 anos.