Saúde

Vacina da varíola humana está a ser estudada para casos de Monkeypox

Está a ser analisada a possibilidade de alargamento do uso da vacina Imvanex em casos de varíola dos macacos.
Fotografia: CDC on Unsplash.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) está a realizar estudos com a fabricante Bavarian Nordic sobre o uso da vacina Imvanex, aprovada para casos de varíola humana, em situações de infeção por varíola dos macacos. A informação foi avançada por Marco Cavaleri, responsável pelo pelouro das vacinação da entidade europeia, em conferência de imprensa a 2 de junho.

“Atualmente, a Imvanex está autorizada apenas para a proteção contra a varíola. No entanto, os dados recolhidos em estudos em animais mostram eficácia também na prevenção de infeções pelo vírus Monkeypox”, explicou Cavaleri, citado pela “Lusa”.

Comentou ainda que “o risco para a população em geral de contrair a doença é baixo e não é previsível um aumento massivo de casos”.

Miguel Prudêncio, do Instituto de Medicina Molecular, esclareceu, em declarações à “Renascença”, que como a vacina já foi aprovada para a varíola humana é mais fácil ser autorizada para a Monkeypox. Uma vez permitida, antecipa que seja administrada a “profissionais de saúde e pessoas com contactos próximos de infetados, a chamada vacinação em anel”. Prudêncio alertou para a importância de identificar, rapidamente, as cadeias de transmissão.

A doença em Portugal

Foram detetados mais cinco casos de varíola dos macacos em Portugal nas últimas 24 horas. Com a atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS), realizada esta sexta-feira, 3 de junho, o número de infeções com a doença provocada pelo vírus Monkeypox subiu para 143. Os pacientes, que estão a ser acompanhados pelas autoridades responsáveis, encontram-se estabilizados.

Até ao momento, todos os diagnósticos confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) pertencem a homens entre os 19 e os 61 anos. A maioria deles tem menos de 40 anos.

Lisboa e Vale do Tejo ainda é a região com maior número de infeções, mas estas também se verificam no Norte e Algarve.

“Os indivíduos que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, devem procurar aconselhamento clínico”, insiste a DGS.

Na terça-feira, 31 de maio, a entidade definiu as regras de abordagem clínica e epidemiológica para casos de infeção. Envolvem abstinência sexual e evitamento de contacto próximo com animais domésticos.

Varíola dos macacos no mundo

Na quarta-feira, 1 de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que já foram confirmados mais de 550 casos por varíola dos macacos em 30 países onde a doença não é considerada endémica.

Além de Portugal, Reino Unido, Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suíça, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Israel, República Checa, Áustria, Eslovénia, Argentina, Irlanda, México, Malta e Emirados Árabes Unidos foram afetados pela vaga de infeções.

Na terça-feira, 31 de maio, a OMS confirmou, igualmente, que os Camarões, a República Centro-Africana, a República Democrática do Congo, a Libéria, a Nigéria, a República do Congo e a Serra Leoa — países onde a varíola dos macacos circula habitualmente há cinco décadas —, detetaram 1.400 casos de infeção humana pelo vírus Monkeypox entre o início de 2022 e meados de maio.

Leia sobre a descoberta, feita em Portugal, que pode ser fundamental para perceber a origem do surto e as causas da rápida disseminação da doença. O artigo sobre as potenciais vacinas que a farmacêutica Moderna está a testar em estudos pré-clínicos também lhe pode interessar.

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