Saúde

Vale a pena investir em fronhas com o tecido mais suave do mundo, ou é tudo marketing?

Os lençóis de bambu são a nova moda do mercado. Prometem suavizar as rugas e prevenir o aparecimento do acne.

Os detalhes fazem a diferença, sobretudo na hora de dormir. Uma boa noite de sono pode ser milagrosa para a nossa produtividade. Neste aspeto, um bom colchão, uma almofada confortável e até os lençóis podem ter impacto. Nem sempre damos atenção a estas peças, mesmo que adoremos a sensação de entrar numa cama feita de lavado. E, na verdade, podem fazer toda a diferença na saúde da nossa pele.

Depois do algodão natural, do cetim e da seda, chegou a vez de o bambu se transformar num popular material de fronhas de almofadas.

Segundo os fundadores da marca Momo Cotton — que lançou uma linha feita com este material em outubro —, as fibras longas e naturais fazem com que os tecidos sejam dos mais macios que existem. Mesmo que a planta seja, em simultâneo, uma das mais resistentes do mundo.

Além de ser sedosa, a fibra de bambu também “tem propriedades antibacterianas, visto que repele naturalmente bactérias nocivas conhecidas por irritar a pele sensível e causar odores desagradáveis, sendo por isso hipoalergénica”, adianta um dos fundadores.

E acrescenta que “é uma opção amiga do ambiente, que não requer o uso de fertilizantes, pesticidas ou outros químicos nocivos”. O motivo é simples. Uma das características da matéria-prima é que cresce até um metro por dia. A partir deste recurso, cria-se uma pasta muito macia, depois transformada num tecido que mantém a mesma suavidade.

Valem mesmo a pena?

Um dos grandes argumentos apontados para o uso deste material é o conforto. Além disso, os especialistas afirmam que tem muitas vantagens para a saúde da nossa pele. Entre elas o facto de o bambu ser um poderoso antibacteriano, o que faz com que diminua as impurezas do rosto durante o sono, sem desidratar a pele. Uma pele desidratada produz gordura adicional, o que promove o aparecimento de acne.

O dermatologista Luís Uva, da clínica Personal Derma, clarifica a afirmação explicando que realmente este material ajuda a reduzir as bactérias — porém, não serve de tratamento para o acne. “O papel deste tipo de fronhas será semelhante ao da comesticidade de um creme. Podemos gostar de sensação e até nos sentirmos bem ao utilizá-lo (o que também é importante), mas não trata a doença acneica.”

Outro dos benefícios apontados é o facto de, tal como o algodão, ser anti-alérgico, porque não precisa de qualquer tratamento químico ou pesticidas para crescer. Isto garante que a pele não irá sofrer qualquer irritação ao usar este material como fronha de almofada.

Contudo, é o suposto efeito anti-rugas que está a ganhar mais popularidade entre os utilizadores. “Devido às fibras arredondadas e à seiva natural do bambu, este é um material menos abrasivo. Além disso, a redução do atrito entre o lençol/fronha e o rosto terá um impacto positivo na elasticidade da pele. Em conjunto, estas características promovem o anti-envelhecimento da pele”, dizem os especialistas da Momo Cotton. Mas pode não ser bem assim.

“As rugas aparecem devido à musculatura, à exposição solar e à pressão que exercemos durante a noite com a cara na almofada”, esclarece o dermatologista à NiT. E continua: “Por isso o material que escolhemos para revestir a nossa almofada não terá grande influência”.

Já no que diz respeito ao benefício de não absorver tanto os cremes, Luís Uva concorda e afirma que é uma vantagem em relação ao algodão. “Os produtos terão mais probabilidades de permanecer no rosto, tornando-os mais eficazes na resolução das condições de pele. Além disso, a fronha ficará limpa por mais tempo.”

Em suma, pode ter algumas vantagens em trocar a sua fronha simples de algodão, por uma feita de bambu. Mas não tantas quanto poderia imaginar.

Se quiser experimentar, além da Momo Cotton pode comprar este tipo de fronhas e lençóis na Pikolin, na Coriloha, na Mundiflex e na Marks and Spencer. Os preços oscilam entre os 25€ e os 250€.

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