Foi divulgado ao final da tarde desta sexta-feira, 18 de junho, o mais recente relatório da “Monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19”. Elaborado em conjunto pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e o INSA (Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge), o documento apresenta previsões preocupantes para a evolução da pandemia no nosso País. Segundo o relatório, a variante indiana da Covid-19, conhecida como Delta, poderá mesmo tornar-se “dominante em Portugal” já nas “próximas semanas”.
“A variante Alpha (B.1.1.7 ou associada ao Reino Unido) foi a variante dominante durante mês de maio, estimando-se que a variante Delta (B.1.617.2 ou associada à Índia) se possa sobrepor a esta nas próximas semanas”, lê-se no documento, que sublinha ainda que Lisboa e Vale do Tejo é a região mais afetada por esta variante, com 77,7 por cento do total dos 157 casos já identificados desta variante em Portugal.
A DGS e o INSA referem ainda que, das infeções detetadas com esta variante, em 35,7 por cento dos casos não foi possível descobrir a sua origem, “o que suporta que a transmissão comunitária desta variante está bem estabelecida nesta região”.
Esta situação, adianta ainda o relatório, significa que a região de Lisboa “poderá ultrapassar o limiar da incidência acumulada a 14 dias de 240 casos por 100 mil habitantes em menos de 15 dias”. A região apresenta, atualmente, um Rt de 1,20, bastante acima de 1,14 registado no resto do País.
Os dados divulgados sexta-feira adiantam ainda que o número diário de pessoas internadas em Unidades de Cuidados Intensivos no continente revelou uma tendência crescente, correspondendo a 36 por do valor crítico definido de 245 camas ocupadas, acima dos 29 por cento registados na semana anterior.
Na quarta-feira, 16 de junho, estavam 88 doentes internados em UCI, a maioria do grupo etário entre os 50 e os 59 anos, com a região de Lisboa e Vale do Tejo a representar 65 por do total de internamentos em cuidados intensivos por covid-19.