Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS), decretava o fim da pandemia. No entanto, estamos longe de nos vermos livres do vírus da Covid-19. Neste momento, Portugal está com uma média diária de 10 óbitos por coronavírus e entre 200 a 300 novos casos. Porém, este retrato — já de si preocupante — representa apenas a ponta do iceberg. Isto porque a maioria dos infetados já não reporta a situação, segundo o epidemiologista Carmo Gomes, aqui citado pela TVI.
“A Covid continua entre nós, não deu sinal de desaparecer, ao contrário de muitas outras doenças respiratórias (…) e continua a evoluir sempre no sentido de fugir aos nossos anticorpos”, explicou o epidemiologista a poucos dias do arranque da campanha de vacinação sazonal de vacinação contra a Covid-19 e a gripe.
Entre junho e julho registou-se “um número mínimo de casos diários”, abaixo dos 180. Contudo, em agosto voltaram a subir e atingiram os 600 a 650 infetados por dia. Nas últimas semanas voltaram a descer, mas espera-se que voltem a subir.
A prevalência dos casos ao longo do ano prova que o vírus, como destacou Manuel Carmo Gomes, “não tem uma sazonalidade muito forte, ao contrário da gripe”.
“A Covid-19 manteve-se sempre a circular, com uma atividade bastante notável ao longo dos meses de verão. E, com a entrada do outono, é previsível que os casos subam porque as pessoas começam a passar mais tempo em recintos fechados e pouco arejados, as escolas e o trabalho recomeçam, etc. Portanto, é expetável que venha a registar-se um ressurgimento.”
A sub-variante XBB é a dominante desde março e surgiram, entretanto, “descendentes”, sendo a XBB.1.5 uma das “mais abundantes” — e será utilizada na vacina.
Regresso das máscaras
Em Portugal, o número de doentes continua a aumentar e os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) decidiram avançar com novas regras. A partir do início de setembro, voltou a ser necessário utilizar máscara. A medida aplica-se às visitas aos doentes e aos profissionais de saúde das áreas clínicas com internamento.
Além do regresso das máscaras, é preciso reforçar a necessidade de se tomarem medidas de higiene das mãos. É aconselhado ainda que todos reforcem o “cumprimento das precauções básicas” com “principal incidência na etiqueta respiratória”.
A campanha de vacinação contra a Covid-19 e gripe sazonal vai arrancar já a partir de 29 de setembro (e ao longo de todo o outono-inverno) nos centros de saúde. Desta vez, a vacina contra a Covid-19 poderá ser também administrada nas farmácias — à semelhança do que já acontecia com a gripe sazonal.