Um estudo publicado recentemente pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA) revela que sete em cada dez portugueses em quarentena acusaram sofrimento psicológico. Além disso, mais de metade dos inquiridos apontou sintomas de depressão. Mas as conclusões não ficam por aqui.
A investigação portuguesa, que decorreu entre 22 de maio e 14 de agosto, contou com 6.079 residentes no nosso País. Destes, fazem parte 2.097 profissionais de saúde. Entre os principais dados, é de destacar que 92 por cento das pessoas relataram sintomas de ansiedade moderada a grave e 43 por cento sintomas de perturbação de stress pós-traumático.
“Isto é extremamente relevante, mas também seria expectável e vem em linha de conta com o que está a acontecer nos outros países da Europa, que também têm estudado o impacto da pandemia na saúde mental”, disse à agência Lusa, citada pela “SIC Notícias”, a coordenadora do estudo Saúde Mental em Tempos de Pandemia e investigadora do INSA, Teresa Caldas de Almeida.
De acordo com o estudo do INSA, um quarto dos inquiridos que continuaram a trabalhar, excluindo os profissionais de saúde, apresentava sintomas de burnout (exaustão física e emocional), destacando-se os profissionais de lares de idosos (43 por cento), de atendimento ao público (38 por cento) e operários fabris (36 por cento).
Entre os profissionais de saúde, este estado manifestou-se sobretudo naqueles que estiveram em contacto regular com doentes (33 por cento), os que estavam a tratar doentes com Covid-19 (43 por cento) e os que tiveram um aumento do horário de trabalho (39 por cento).
Tanto a população portuguesa (96 por cento) como os profissionais de saúde inquiridos (95 por cento) apontam como principal preocupação o País entrar numa crise económica muito grave.