A história da Quinta do Outeiro, localizada em Ponte de Barca, remonta a 1598. Acolheu várias famílias e, no início do século XX, era conhecida sobretudo pela produção vinícola. O vinho ali produzido era levado em barris para o Porto. Em 1933, o bisavô de Inês Sousa Pinto comprou a propriedade para ali se instalar e dar continuidade à produção agrícola. Os anos decorreram e foi passando de geração em geração, até que chegou às mãos da bisneta, de 45 anos.
Quando pertencia ao pai de Inês, a propriedade esteve entregue aos caseiros. Eram arrendatários e cultivavam as terras, mas trata-se de uma agricultura de subsistência. Tudo mudou há 10 anos, a atual proprietária e o marido, Sebastião Sousa Pinto, decidiram começar a dinamizar a quinta.
“A ideia surgiu em 2012, mas começámos pela agricultura. Pensámos que seria engraçado e acabámos por nos apaixonar por aquilo”, começa por contar à NiT o advogado Sebastião Sousa Pinto, de 50 anos. No início, chegou a montar um projeto de jovem agricultor e tirou várias formações sobre agricultura biológica, com o “objetivo de rentabilizar a quinta e produzir com qualidade”. Começaram pela produção de mirtilos, depois plantaram castanheiros e continuam com as vinhas, que hoje em dia dão origem ao vinho PARTILHA.
Por outro lado, Inês, que é sobrinha do arquiteto Souto de Moura, sempre quis ter algo imaginado pelo tio. “Também gostamos de receber pessoas e decidimos juntar as duas coisas. Ficámos muito entusiasmados”, refere.
O projeto de arquitetura iniciou-se em 2017 e as obras demoraram cerca de cinco anos. O resultado foi “um trabalho fantástico”. “O Eduardo Souto de Moura é mestre nisso, foi um processo muito criativo e ele trabalha muito bem a pedra”, destaca.
Inicialmente, pensaram demolir a casa principal e construir algo do zero, mas acabaram por decidir não mexer na estrutura de pedra. “Foi uma reabilitação que trouxe para a construção tudo o que é moderno, com um conforto enorme. O Eduardo Souto Moura também fez um jogo de luzes com as janelas que dão uma luminosidade incrível à casa”, destaca.
Tudo foi pensado ao detalhe e o arquiteto fez questão de desenhar a maioria do mobiliário. A decoração é moderna e minimalista e privilegiaram-se as cores mais claras.
A Quinta do Outeiro 1598 começou a receber hóspedes a 30 de abril com quatro quartos no piso de cima. Contudo, estão a preparar-se para abrir outros três na parte de baixo já em banho. No futuro, pretendem instalar quatro bungalows em forma de espigueiros.
O edifício conta ainda com uma sala de estar e uma sala de refeições, onde são servidos os pequenos-almoços. A partir de junho, também vão servir almoços e jantares.
A propriedade tem oito hectares e há vários recantos que podem ser explorados pelos hóspedes. “O objetivo é que participem nas atividades agrícolas”, seja a recolherem os legumes da horta biológica, a participarem nas vindimas ou na apanha das castanhas e dos mirtilos. No exterior do edifício, foi colocado ainda um relvado com uma piscina e espreguiçadeiras.
A casa pode acomodar até 16 pessoas e tanto pode ser alugada por inteiro ou por quartos. Por norma não aceitam miúdos com menos de 12 anos (exceto nos casos em que arrendam a casa completa) por ser “um sítio muito tranquilo e ligado à natureza” e para se preservar “o conceito de slow living de campo”. Os preços dos quartos começam nos 150€ por noite, na época baixa, e podem chegar aos 250€, nos meses de verão. As reservas podem ser feitas no Booking.
A seguir, carregue na galeria para ficar a conhecer melhor a Quinta do Outeiro.