Em pouco tempo, o alojamento local tornou-se na alternativa ideal aos hotéis de preços exorbitantes. Os turistas conseguiam encontrar casa em conta, em qualquer canto do mundo. Porém, isso acabou por provocar uma pressão sobre o mercado imobiliário, com os imóveis a atingirem valores históricos de venda e arrendamento.
Por isso mesmo, Barcelona decidiu que não vai conceder mais licenças para alojamento local e não renovará as que existem atualmente. Segundo a autarquia, este processo estará concluído até ao final de 2028.
O anúncio do executivo catalão foi feito esta sexta-feira, 21 de junho, pelo autarca Jaume Collboni, que quer que os 10.101 alojamentos locais oficialmente registados em Barcelona passem para o mercado de habitação. O objetivo é aumentar a oferta para arrendamento e compra de casa que subiu exponencialmente nos últimos dez anos na cidade. A autarquia pretende “que os preços não subam tanto, ou mesmo que comecem a baixar, e as pessoas não tenham de deixar a cidade”.
Para o efeito, o município vai aplicar uma lei nova do governo regional da Catalunha que prevê que as licenças para este tipo de ocupação das casas passem a ter um prazo de cinco anos. Após esse período poderão, ou não, ser renovadas. Porém, o objetivo de Collboni é que isso nunca mais aconteça.
“Pretendemos que Barcelona cesse completamente a atividade dos apartamentos turísticos e que nessa data 10 mil casas entrem no mercado de arrendamento ou de venda para serem habitados de forma regular pelos residentes de Barcelona”. Além disso, a autarquia não pretende oferecer indemnizações aos atuais proprietários, devido ao longo prazo dado até à extinção das licenças.
A cidade espanhola, desta forma, junta-se a outras cidades, como Nova Iorque, numa guerra para acabar com o alojamento local.