O ano de 2020 trouxe um desafio como não havíamos ainda conhecido. Boa parte dos países do mundo tiveram de assumir, a dada altura, a necessidade de períodos de confinamento. É um desafio económico e social mas que, no sentido inverso, terá tido impacto positivo na qualidade do ar. É mesmo isso que realça o relatório “2020 World Air Quality Report“, desenvolvido pela suíça IQAir, tecnológica que se debruça sobre este tipo de informações.
Com o abrandamento nos setores de indústria mas também nos transportes, a qualidade do ar mostrou sinais de melhoria em 2020 em 84 por cento dos países. E um total de 106 analisados. Também 65 por cento das cidades notaram essas melhorias em termos de poluição. É na Ásia que encontramos as cidades com maiores melhorias, com destaque par Pequim, Banguecoque e Singapura.
“A relação entre a Covid-19 e a poluição aérea trouxe maior atenção a esta última, especialmente em muitos locais onde era observável um céu mais limpo, revelando que a melhoria da qualidade do ar é possível com uma ação urgente e coletiva”, destaca o relatório citado pela “CNN”.
Em termos percentuais, a cidade chinesa de Hotan foi considerada a mais poluída de 2020, com a China a voltar a surgir no tempo como o país mais responsável por emissões. Ainda assim após Hotan, é na Índia que encontramos as 13 cidades seguintes mais poluídas.
Apesar de tudo é também na Ásia que encontramos pontos positivos destacados pelo relatório. Todas as cidades sul-coreanas analisadas, por exemplo, melhoraram a qualidade do ar e isso foi fruto não apenas de confinamentos mas também de uma menor aposta em combustíveis fósseis.
No resto do mundo, destaque ainda para partes dos EUA, Brasil e Austrália, que notaram também durante parte do ano de 2020 consideráveis quebras na qualidade do ar, fruto de incêndios florestais devastadores. O mesmo relatório realça que o desconfinamento implicará uma pioria destes índices se tal não for compensado com outras medidas no que a energias diz respeito.