Viagens

Viajava sozinha pelo mundo. Agora está na casa do “Big Brother”, a mais vigiada do País

A viajante é uma das nomeadas deste domingo e corre o risco de ser expulsa. Conheça a história de Catarina Severiano.
Catarina é uma das concorrentes do Big Brother.

“Não preciso de ninguém para conquistar aquilo que quero”. Catarina Severiano, de 25 anos, foi assertiva quando se apresentou aos colegas, os restantes concorrentes da nova edição do “Big Brother”. Natural de Sintra, é atriz de formação e profissão, cuidadora de idosos, criadora de conteúdos digitais e formadora de viajantes.

Aos 19 anos, esteve numa relação que hoje considera tóxica e decidiu começar a viajar a solo. Estas experiências levaram-na a criar um diário de viagens no Instagram, onde partilha todas as suas aventuras e quer ajudar todos aqueles que têm vontade de viajar sozinhos, mas não têm coragem. Já viveu numa favela brasileira, viajou pela Ásia e agora decidiu conhecer por dentro a realidade de um dos reality shows mais vistos em Portugal. “Para mim, esta é mais uma viagem que tenho pela frente. É mais um desafio, e eu adoro desafios”, disse na estria do programa.

Antes de entrar na casa mais vigiada do país, Catarina Severiano contou à NiT como se cansou de esperar por companhia e partiu sozinha à descoberta do mundo. A aventura começou há menos de quatro anos, porque, apesar de ser jovem, já não aguentava esperar mais pelo momento certo e, sobretudo, pela companhia ideal. Sonhava visitar certos sítios e viver aventuras com alguém ao seu lado. Porém, não encontrava par e esse imaginário já não podia ser adiado.

“É certo que sou irrequieta por natureza e extremamente curiosa, mas até aos aos meus 20 anos fiz três viagens na Europa, e o bichinho de querer voar começou a crescer”, contou à NiT. Um dia, percebeu que era a sua melhor companhia — e aí tudo mudou.

A primeira viagem a solo

Tomada a decisão, traçou o objetivo: juntar dinheiro para a sua primeira viagem de mochila às costas. “Um ano depois estava a viajar sozinha para fora da Europa. Andei um mês de mochilão a percorrer o Brasil. Estudei muito bem os sítios por onde queria passar e conversei com diferentes pessoas que já lá tinham estado para trocar dicas e truques reais.”

Catarina diz que se quis testar. “Sabia que me podia estar a pôr na toca do lobo, mas tinha mais piada assim. Durante um ano ouvi várias pessoas a desvalorizarem a minha vontade de partir e a tentarem convencer-me a não fazer a viagem pelo Brasil. Ninguém me demoveu”. Aliás, quis ir ainda mais longe: na sua primeira estadia no Rio de Janeiro ficou numa favela, a do Vidigal.

Era uma favela já supostamente pacificada mas assim que lá chegou, já de noite, pensou: “Ainda agora chegaste e já foste”. Não foi. “Tinha apenas os primeiros quinze dias marcados para andar a saltar de sítio em sítio, os restantes era o ‘salve-se quem puder’, mas não foi preciso. Cinco dias depois da viagem começar já tinha muitas portas abertas. Voltei para a favela e lá fiquei até ao fim da viagem. Mergulhei no dia a dia dos locais, entre a praia e a casa cheia de artistas, fui muito feliz ali. Senti muito calor humano e não vivi qualquer situação menos simpática. Acredito que a nossa energia e boa vibe pode comandar muito daquilo que nos acontece”.

Enquanto vivia a sua primeira aventura a solo, foi publicando no Instagram o que ia fazendo e onde estava, porque achava que o que estava a viver poderia ser interessante para os outros. “Percebi que, inconscientemente, estava a criar um diário nas stories, feed e também no Facebook com textos mais longos e descritivos. Comecei porque isso me fazia sentir menos sozinha e podia deitar cá para fora os meus pensamentos”.

Quando deu por si, estava a comunicar com centenas de pessoas novas, a dar as dicas a quem ia para lá mais tarde e a receber mensagens de outras pessoas que também já la tinham estado. 

A viagem ao sudeste asiático

Um ano depois, a jovem partiu de novo. Desta vez, foi para o sudeste asiático. “Subi a fasquia e fiz um mochilão de três meses sozinha. Dessa vez já fui mais consciente do que queria fazer. Não estudei tão ao pormenor a viagem porque acho que nos devemos deixar levar, embora não prescinda do meu bloco de notas cheio de mapas e anotações. Só que não tentar controlar certas coisas, muitas vezes é o melhor a fazer”.

Três meses antes da viagem para a Ásia, começou a falar nas suas redes sobre vários temas que, consoante as necessidades, se podiam ir repetindo: “Como faço a planificação da viagem, por onde começo, como me organizo? A gestão emocional nem sempre é fácil de fazer e requer muito trabalho interior”.

Catarina Severiano.

Durante essa viagem, todos os dias recebia reações e comentários aos pormenores do seu dia-a-dia que ia partilhando. O Instagram passou a funcionar como uma espécie de conversa aberta: “Para mim, é a única forma de ninguém se sentir ‘menos’ do que os outros: ali é onde os que se querem iniciar nas viagens se podem questionar e inspirar; e os que já são mais rodados podem passar a mensagem”. 

De viajante a solo a coach

Depois de muitas viagens e aventuras, num ano parado pela pandemia, Catarina achou que era altura de tornar o seu sonho realidade: a jovem lançou o projeto “Ganha Asas”, para impulsionar os mais aventureiros a saírem da zona de conforto e descobrirem-se a si mesmos e ao mundo.

Ganha Asas by: Catarina Severiano” nasceu da vontade da concorrente do “Big Brother” de reunir um grupo de amigos e criar um projeto que combinasse o seu gosto de viajar, com as suas valências pessoais e profissionais. Num dos serviços do projeto, Catarina dá formação aos viajantes e ajuda-os a preparar e planificar uma viagem durante quatro meses. O objetivo é que todos saiam desta fase com a prática total de como planear uma aventura a solo pelo mundo, de forma segura e económica.

De seguida, o pequeno grupo embarca para o destino, com a líder de viagens e coach e lá permanecem 12 a 15 dias. O objetivo é levar os viajantes a desenvolverem e a ganharem mais confiança e segurança e, ao mesmo tempo, a desafiá-los a nível pessoal. Depois, os viajantes separam-se e viajam a solo durante 12 a 15 dias. Durante esta fase pretende-se que façam uma “autodescoberta mais profunda”, para saírem ainda mais das suas zonas de conforto e provarem que são capazes. Sem medos.

A aventura mais desafiante: uma viagem com miúdos

Após o lançamento do projeto, a atual residente na casa mais vigiada do País embarcou numa nova aventura, talvez das mais desafiantes até à data: Catarina fez pela primeira vez uma viagem com crianças. “Desde que me dediquei ao trabalho quase a 100 por cento digital, que passei a encarar as redes sociais como uma plataforma de divulgação dos meus projetos, e por isso, deixou de fazer sentido expor a minha vida pessoal”, explica. Era esse o plano, separar o pessoal e o profissional.

No entanto, tudo mudou quando o namorado, o Bruno, lhe disse que o filho, jogador de futsal do Sporting Clube de Portugal, iria ter um jogo na ilha de São Miguel, nos Açores. “Empolguei-me e prontifiquei-me a acompanhá-lo, uma vez que sou totalmente a favor deste tipo de experiência para o desenvolvimento das crianças. Agilizou-se a vida para que esta viagem fosse também a nossa primeira viagem em família”. E lá foram: a Catarina, o Bruno, a Carolina de nove anos e o Rodrigo de 10.

O desafio era grande: “foi a primeira viagem deles — a minha responsabilidade era oferecer-lhes a melhor experiência possível e acho que a missão foi bem sucedida”. 

“As crianças desenvolvem-se sempre que estão fora da zona de conforto, tal como os adultos, por isso, viajar com os miúdos é uma ótima forma de promover a sua autoestima, a autoconfiança, expressividade, comunicação com os outros, a adaptabilidade, a inteligência intelectual e emocional — tornam-se mais desenrascados, algumas vezes promove o sentido de responsabilidade, a empatia e ficam mais maduros”, assegurou.

A viagem a quatro foi tão recompensadora que a “viajante a solo” já antevê um futuro diferente: “Não desvalorizando o meu estilo de viagem de origem, que muito prezo e nunca abandonarei, também gostava de continuar a fazer aventuras a três — são a minha companhia preferida”.

A concorrente é uma das nomeadas da gala deste domingo do “Big Brother” e corre o risco de ser expulsa. No entanto, pode sempre acompanhá-la, dentro ou fora da casa. Para seguir a Catarina ou obter mais informações sobre os diversos projetos e formações pode acompanhar a jovem através do Instagram, site, da plataforma da consultoria de viagem, o Programa Poder do Eu (coaching), ou do curso que disponibiliza online.

Carregue na galeria para alguns dos locais por onde Catarina Severiano já passou nas suas viagens.

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