À primeira vista parece ser apenas um boneco inocente e adorável, vestido a rigor para a época natalícia, mas é, na verdade, um espião do Pai Natal. O pequeno ajudante surge inesperadamente em vários cantos da casa, muitas vezes depois de ter feito alguma partida — como anjos de neve na farinha no balcão da cozinha ou travessuras com o creme de barbear na casa de banho.
Perspicaz e sempre atento, o Elf on the Shelf ou Elfo Traquina, como também é conhecido, chega à casa dos miúdos com uma missão importante: observar o comportamento dos mais novos. Feito o relatório, encontra-se com o Pai Natal para lhe contar se a criança é, ou não, bem-comportada e se merece presentes debaixo da árvore nesse ano.
A tradição começou nos EUA, mas aos poucos tem chegado às casas das famílias portuguesas, que adotaram a brincadeira. Os miúdos, como se vê nos vídeos partilhados nas redes sociais, adoram este pequeno elfo com quase 20 anos de existência.
Tudo nasceu com o livro “The Elf on the Shelf: A Christmas Tradition”, publicado em 2005. A obra, da autoria de Carol Arbersold e da sua filha, Chanda Bell, conta a história de um elfo que se esconde na casa das pessoas entre o Dia de Ação de Graças e a Véspera de Natal. À noite, quando todos estão a dormir, regressa ao Polo Norte para relatar ao Pai Natal as atividades, boas e más, que aconteceram ao longo do dia.
Antes que a família acorde todas as manhãs, o boneco regressa à casa e volta a esconder-se num lugar novo, até ser descoberto pelos inquilinos. Para continuar a aparecer todos os dias, há apenas uma regra: ninguém lhe pode tocar. Se alguém tocar no pequeno visitante, o elfo perde os poderes mágicos e fica impedido de regressar ao Polo Norte.
A obra infantil ganhou notoriedade em 2007, quando a atriz Jennifer Garner foi vista com um exemplar debaixo do braço. O sucesso do livro levou ao surgimento de uma vasta gama de produtos relacionados com o tema, com o elfo traquina, com o seu traje vermelho e branco, a ser o mais procurado. Com o boneco, que pode ser do sexo feminino ou masculino, a história passou das páginas para a vida real e hoje é uma das tradições favoritas durante a época natalícia em vários cantos do mundo.
Mais do que divertir os miúdos, é uma forma engraçada de incentivar os miúdos a portarem-se bem — pelo menos durante o mês de dezembro. Apesar de não poderem falar, são ótimos ouvintes e incentivam as crianças a partilhar os seus segredos e desejos.
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O antigo jogador de futebol David Beckham foi uma das personalidades que já se deixou influenciar pelo Elf on the Shelf. Pai de quatro filhos, o empresário partilhou nas redes sociais um vídeo onde surgem vários destes bonecos espalhados pelo escritório. “Acabei de entrar no escritório, que normalmente está arrumada, mas algo aconteceu durante a noite. Isto está a descontrolar-se”, escreveu Beckham.
Em Portugal, a tradição também chegou a casa da influenciadora Helena Coelho. Todos os dias, partilha a reação da filha, Íris, ao encontrar o visitante. Já apareceu enrolado em papel higiénica, foi apanhado a comer chocolates e a sujar a parede da cozinha com ketchup e mostarda.
As travessuras parecem não se esgotar e é possível encontrar sugestões nas redes sociais para que nunca falte criatividade aos pais. O próprio site do Elf on The Shelf dá algumas ideias, como enrolar sapatos ou outros objetos em papel de alumínio, desarrumar a cozinha depois de uma sessão de culinária ou espalhar papel higiénico pelo chão.
Apesar de ser o mais comum, nem todas precisam de ser travessuras. Os elfos também podem aparecer simplesmente junto à árvore de Natal ou ao pé de um caderno para colorir.
Antes só era possível comprar o Elf on the Shelf em plataformas como a Amazon, mas já há lojas em Portugal que têm o boneco disponível para venda. Na Fnac, custa 16,99€, enquanto na Hôma custa 5,99€. Além dos elfos, os pais podem ainda comprar cenários específicos.
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