Em Monsanto, costuma dizer-se que nunca se sabe bem se a casa nasceu da pedra ou se foi a pedra que nasceu para a casa. A verdade, é que a vila caracterizada como a “mais portuguesa das portuguesas”, desde 1936, já conta com tantos anos de história que é quase uma questão de adivinhar quem nasceu primeiro, o ovo, ou a galinha.
A aldeia de Idanha-a-Nova, que em 1995 foi considerada uma das Aldeias Históricas em Portugal, foi descrita pela “BBC” como sendo uma das aldeias “mais invulgares” de Portugal.
Agora, cadeia de notícias britânica volta a dedicar uma reportagem com várias imagens e vídeos da região, onde exalta a beleza natural das casas feitas com “gigantescos pedregulhos de granito” ou o facto de os habitantes se terem adaptado “ao seu ambiente invulgar, ao construírem as suas casas debaixo, em cima ou entre gigantes penedos graníticos.”
A reportagem, assinada por Lidija Pisker e Carlos Pinota, refere ainda algumas das tradições mais salientes de Monsanto, que se mantêm vivas geração após geração, como os tocadores de adufe, um instrumento musical de percussão, ou o facto de ainda existirem “Várias senhoras mais velhas em Monsanto [que] ainda criam e vendem as marafonas”, bonecas de trapos sem rosto nem cabelo, muito típicas em aldeias da Beira Baixa.
Para os habitantes da região, e tal como contaram aos jornalistas da “BBC”, a modernização não é algo que assuste os monsantenses, pelo contrário, existe até alguma vontade de se adaptarem aos tempos modernos, e algumas casas até já têm acesso à internet.
“Já não vivemos na idade da Pedra”, explica Maria Amélia Fonseca. “Não queremos mudar a nossa aldeia, mas queremos aproveitar as conveniências dos tempos modernos.”