Na cidade

2024 vai ser o ano mais quente de sempre desde que há registo

O ano ainda não acabou, mas os dados provisórios do observatório europeu Copernicus confirma que não há memória de temperaturas tão altas.
É o mais quente.

Faltam poucos dias para o inverno e não há neve na Lapónia. Em Portugal, apesar da massa de ar frio que vai atingir o território nacional esta semana, as temperaturas continuam a estar mais elevadas do que o normal para a época. O ano ainda não terminou, mas já há uma certeza: 2024 será o ano mais quente desde que há registo.

O anúncio chegou esta segunda-feira, 9 de novembro, através do observatório europeu Copernicus. Além de anunciar que será o ano mais quente, será o primeiro a ultrapassar o limite de aquecimento fixado em 2015.

Depois do segundo novembro mais quente à superfície do planeta, é “de facto certo” que a temperatura média ao longo do ano “excederá em mais de 1,5 graus o nível pré-industrial”, revelou o Serviço para as Alterações Climáticas do Copernicus (C3S) no boletim mensal. A Madeira, por exemplo, atingiu a temperatura máxima mais elevada alguma vez registada no mês passado, atingindo 30,3 graus, mas não foi caso isolado. 

Novembro ficou marcado por uma sucessão de tufões devastadores na Ásia. Na África Austral e na Amazónia, as secas históricas também continuaram. Os dados indicam ainda que o mês terá sido 1,6 graus mais quente do que a média pré-industrial de 1850-1900. Em 2015, em Paris, praticamente todos os países do mundo assinaram um acordo onde se comprometiam a tomar medidas para que o aumento não ultrapassasse os 2 graus em relação à época pré-industrial, e de preferência que esse aumento, causado pelos gases com efeito de estufa, não chegasse aos 1,5 graus.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) também já tinha alertado que 2024 se estava a encaminhar para ser o ano mais quente desde que há registos. “Isto não significa que o Acordo de Paris tenha sido violado, mas significa que uma ação climática ambiciosa é mais urgente do que nunca”, afirma Samantha Burgess, diretora-adjunta do C3S.

De janeiro a novembro, as temperaturas médias globais foram 0,72 graus superiores à média de 1991 a 2020. Trata-se do valor mais elevado de que há registo para este período e 0,14 graus mais quente do que no mesmo período em 2023.

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