Outubro de 2024, é essa a mais recente previsão para a abertura ao público daquela que será uma das grandes obras da cidade. O mega-projeto, apresentado inicialmente em 2016, tem tido um percurso atribulado, mas promete dar toda uma nova vida à zona oriental do Porto.
Só no final de 2022 é que se fez novo ponto da situação, com o encerramento da fase de demolições, o que possibilita então o início da construção. “Estamos prestes a arrancar com a obra mais a fundo. A finalizar o processo de seleção dos materiais, dentro de uma a duas semanas vamos entrar com toda a força na obra. Objetivo é estarmos a abrir em outubro de 2024”, disse Sílvia Mota, presidente da Emerge – Mota-Engil Real Estate Developers, em declarações ao “Porto Canal” em setembro.
A mudança de fase contou com uma vistoria e visita total ao estaleiro e, claro, também com a presença do visionário do projeto, o arquiteto Kengo Kuma. O desenho do local está a cargo do japonês, em parceria com o OODA, um gabinete de arquitetura portuense. Kuma é autor de obras como a do estádio olímpico de Tóquio, que deveria ter recebido a abertura dos Jogos Olímpicos de 2020; mas também o criador do Suntory Museum of Art ou do Besançon Art Center. O enorme espaço com 26 mil metros quadrados irá assim rejuvenescer a área do matadouro que há 20 anos está desativado.
Contudo, 2023 é uma miragem e a obra só estará terminada mais para o fim de 2024, caso não se verifiquem atrasos. No local irá nascer um edifício empresarial, que irá acolher diversas empresas, mas terá também espaço para museus, auditórios e restauração. “Da área total, 60 por cento será para negócios e vamos reservar 40 por cento para nós. O que queremos fazer ali? Em primeiro lugar, arte pública, a Galeria Municipal”, explicava em junho o presidente da autarquia Rui Moreira.
A viagem tem sido atribulada. Projetado e apresentado em 2016, foi obrigado a contornar os diversos obstáculos burocráticos. Só em abril de 2020 é que o Tribunal de Contas desbloqueou um recurso pendente que permitiu avançar com a iniciativa que, dizem os promotores, estará para o Porto como o Centro Georges Pompidou está para Paris.
Nas imagens de projeto já divulgadas, merece destaque a enorme cobertura que irá alargar-se por todo o espaço. A fazer a ligação entre a zona do estádio e o matadouro, precisamente sobre uma das vias mais movimentada da cidade, a VCI, ficará um passeio pedonal coberto com um jardim suspenso.
“A intervenção que aqui vamos realizar prevê três grandes dimensões programáticas: o desenvolvimento da atividade económica, com a consequente criação de emprego, a instalação de valências culturais que coloquem Campanhã a par das dinâmicas existentes no resto da cidade e o acolhimento de espaços de dinamização social relacionados com o tecido social da zona oriental da cidade”, revelou o autarca durante a cerimónia de apresentação em 2020.
A construção vai ficar a cargo da Mota-Engil, que irá investir 40 milhões de euros no projeto e que garante uma concessão com a duração de 30 anos.
Carregue na galeria para ver imagens do projeto.