Durante várias décadas, a Quinta do Ferro, localizada entre a freguesia de São Vicente, no bairro da Graça, foi um local deixado ao abandono, com edifícios degradados e sem qualquer tipo de intervenções. Considerada uma “ilha de pobreza” no centro da cidade, com casas ocupadas ilegalmente e lixo espalhado pelas ruas, o local vai, finalmente, ser reabilitado.
Após “vários anos de promessas”, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou, no início de março, a versão final do projeto do “novo capítulo” do bairro da Quinta do Ferro. O lançamento da primeira pedra decorreu este sábado, 8 de março.
“As primeiras vezes que visitei a Quinta do Ferro lembro-me bem das frases que mais ouvia: há décadas que os políticos prometem que vão mudar a Quinta do Ferro e nada acontece. Pois bem, nós tirámos este projeto da gaveta”, afirmou o presidente da autarquia, Carlos Moedas.
O projeto de reabilitação vai “resolver um problema que se adiava há anos” e criar um novo edifício com 31 fogos para realojar famílias no território. “Vamos ter aqui também famílias que entram pelo Programa Renda Acessível. Depois teremos a segunda fase do projeto com a regeneração total da Quinta do Ferro. Com novas casas. Com um novo jardim. Com uma nova praça. Com 90 fogos de habitação municipal”, salientou o autarca.
Considerado um dos “maiores desafios urbanísticos da cidade de Lisboa ao longo das últimas décadas”, a Quinta do Ferro, com estas intervenções, vai deixar de ser “uma zona esquecida e abandonada”. A requalificação vai ser feita em várias fases ao longo dos anos, com o objetivo de criar habitação acessível para novos moradores, espaços verdes, estacionamento e uma área urbana infraestruturada com comércio de proximidade.
A obra abrangerá uma área de cerca de 2.350 metros na Rua da Verónica e prevê a demolição dos edifícios existentes para dar lugar a um novo imóvel de quatro pisos, onde serão construídos 31 fogos de tipologia T1 e T2.
O presidente da autarquia referiu ainda que, além desta reabilitação, a Câmara Municipal tem desbloqueado “projetos que estavam na gaveta há anos”. “Entregámos a famílias lisboetas mais de 2.400 chaves, as mais de mil famílias que ajudamos a pagar a renda, as 40 empreitadas em mais de 30 bairros municipais que estamos a fazer com o Programa Morar Melhor, os 560 milhões de euros de investimento em habitação municipal que assinámos em contratos”, refere.
