A circulação ferroviária no troço Pampilhosa-Guarda na linha da Beira Alta, a principal via férrea de acesso à Europa, encontra-se encerrada devido a obras de modernização desde 19 de abril de 2022. Estava previsto que o encerramento se prolongasse apenas durante um período de nove meses, mas a linha só vai mesmo voltar a funcionar em 2024.
O prazo de reabertura foi adiado pelo governo pela terceira vez, segundo avança o “Público”. O atraso na construção do troço de 160 quilómetros deve-se a dificuldades como a falta de mão de obra, as dificuldades burocráticas do Código da Contratação Pública e o roubo de e 30 quilómetros de cabos de alta tensão, que terão de ser repostos, são alguns dos problemas enfrentados na construção do troço de 160 quilómetros.
Outros dos problemas que levaram ao adiamento da reabertura foram os impactos decorrentes da pandemia de Covid-19, assim como o prolongar da guerra na Ucrânia, que afetou o mercado da construção, atrasou a chegada de materiais e complicou o processo de contratação de empreiteiros.
Em outubro do ano passado, a Infraestruturas de Portugal (IP) já tinha anunciado que a reabilitação seria concluída com um atraso de 270 dias (nove meses) porque era necessário construir um novo viaduto ferroviário em Santa Comba Dão devido às obras de alargamento do IP3 naquele local. Já em janeiro, a empresa confirmou que o percurso só deveria reabrir a 12 de novembro (ou seja, um mês depois do atraso já previsto).
A reabilitação da linha da Beira Alta, que resulta de um investimento global na ordem dos 500 milhões de euros, prevê, igualmente, “a redução de tempos de percurso” e “a melhoria das condições de mobilidade e acesso dos passageiros, através da remodelação das diversas estações e apeadeiros, incluindo o alteamento, alargamento e o prolongamento de plataformas”, esclarece a empresa.
De forma a minimizar os impactos negativos decorrentes deste constrangimento, e durante todo o período de interrupção do serviço ferroviário, estão a ser disponibilizados, aos clientes da Comboios de Portugal, transportes rodoviários alternativos.