Na cidade

Alunos do ISCTE já têm casas de banho sem placas a indicarem homens ou mulheres

A associação de estudantes fez a proposta numa reunião no primeiro semestre. As indicações foram retiradas há duas semanas.
Três casas de banho passaram a ser não-binárias.

Três das 30 casas de banho do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) deixaram de ter as placas a indicar o género. Já não existem desenhos a representar o masculino nem o feminino, o que significa que agora podem ser utilizadas por qualquer aluno.

A reitoria da faculdade aceitou a proposta feita pela associação de estudantes, no primeiro semestre, mas a decisão tem gerado controvérsia entre os alunos, pelo que será novamente discutida na assembleia geral dos estudantes, avança o Observador.  

Muitos alunos pediram a abertura de casas de banho não-binárias, sobretudo para que possam ser utilizadas por pessoas transgénero, que não se identificam com o género que lhes foi atribuído à nascença. Ao Observador, a associação de estudantes do ISCTE explicou que há uma percentagem de estudantes “que não se sentem confortáveis a usar as casas de banho do género”. 

Os três espaços não-binários estão situados junto à entrada da faculdade e o objetivo é garantir que todos os alunos, sem exceção, tenham um local onde podem fazer as suas necessidades sem se sentirem incomodados. As placas foram retiradas há duas semanas, mas as críticas começaram a surgir nas redes sociais nos últimos dias. 

Aos comentários negativos, a associação de estudantes admite que as informações sobre a mudança não foram muito partilhadas, mas que vão “tentar explicar tudo isto aos alunos”. Apesar das críticas, esta é uma medida que “dá visibilidade a um conjunto de pessoas que continuamente têm sido violentadas de forma institucional, quando não se reconhece que as casas de banho devem ser usadas por pessoas, independentemente daquilo que é o seu género”, segundo a psicóloga Liliana Rodrigues.

As restantes 27 casas de banho continuam a ter as placas de género masculino e feminino e podem ser utilizadas por quem não se sente confortável nas não-binárias.

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT